Documentos de gestão previsional – OdivelCultur – 22/03/2006

DECLARAÇÃO DE VOTO DOS VEREADORES DA CDU

PONTO 9 – Documentos de gestão previsional- OdivelCultur

Os Vereadores da CDU, votaram contra os documentos de gestão previsional e tabela de preços da Odivelcultur E.M. para o exercício de 2006, e não contra os trabalhadores, porque no fundamental mantém os traços da gestão do passado, não reflectindo, portanto, uma alteração estratégica de fundo, que sempre preconizámos para a empresa a bem do interesse do Município e dos munícipes.

Em matéria de documentos de gestão previsional, 2006, trazer-nos-á mais do mesmo!

Considerando os pressupostos que radicam na base dos valores previstos, quer ao nível das despesas, quer ao nível dos proveitos operacionais, o documento merece a nossa mais profunda reprovação.

Mantém-se a excessiva dependência financeira da Odivelcultur EM, em relação à Câmara Municipal que, dos 980 000 € previstos como proveitos e ganhos, comparticipa com 879 000 € através de subsídios à exploração, ou seja cerca de 90 %. Recordamos que de acordo com o Estudo de Viabilidade Económica da empresa a Câmara Municipal não deveria comparticipar com mais de cerca de 58% da totalidade dos proveitos da empresa.

De acordo com o mesmo estudo, o número de trabalhadores necessários situar-se-ia nos 23, bem longe portanto dos postos de trabalho actualmente existentes, muito deles ocupados por colaboradores de confiança política sem qualquer formação especifica nas áreas da cultura ou gestão, o que denota o mais puro clientelismo com que a empresa gere os dinheiros do município.

Ao nível do plano de actividades, o que fica mais uma vez claro é a total ausência do papel orientador da Câmara Municipal na definição de prioridades e estímulos no processo de rentabilização dos espaços, consentânea com o seu projecto de promoção cultural, formatada de acordo e para os agentes culturais locais, também eles arredados da fruição do principal equipamento cultural do concelho. Referimo-nos ao teatro da Malaposta.

Com efeito, o Departamento sócio-cultural desta Câmara em nada participa no planeamento e programação de actividades de um equipamento com características e potencialidades únicas no concelho, que, de certo permitiria a realização de actividades e concretização de projectos de interesse para a população do nosso Concelho

Referindo-nos à proposta de tabela de preços, fica claro que a estratégia da empresa em matéria de aumento de receitas, passa exclusivamente pelo agravamento das tarifas e preços dos bilhetes a aplicar.

A titulo de exemplo deixamos aqui alguns valores:

  • Um bilhete categoria “A” para o CC Malaposta passa a custar mais 25%!
  • Um bilhete de categoria “B” passa de 15 para 20 €, ou seja mais 33%!!
  • O aluguer de sala 1 passa de 250 € por dia para 350€, ou seja 40%!!

Ao nível da realização de “ateliers” e “workshops” os aumentos propostos são delirantes. Citando apenas alguns exemplos, o aumento no custo da inscrição pode ir até aos 400% (se for de categoria “A”) e se for de categoria “B” aumenta de 60€ para 400€, ou seja mais 566%.

Sempre consideramos que os equipamentos culturais do concelho devem constituir um estimulo à participação da população na vida cultural de Odivelas. Com este agravamento do preço dos bilhetes é fácil constatar que os munícipes, sobretudo aqueles com poucos recursos financeiros, vêem cada vez mais dificultado o acesso às realizações culturais promovidas pela Odivelcultur E.M.

É caso para perguntar se é desta forma que a Câmara Municipal e a Odivelcultur pretendem democratizar o acesso à cultura no nosso conselho!

Contudo, e se da má gestão da empresa podemos e devemos responsabilizar os sucessivos Conselhos de Administração, convém referir que existem outras responsabilidades, as políticas, e essas devem o PS e o PSD dividir dada a cumplicidade que desde sempre revelaram no agravamento da actual situação da Odivelcultur E.M.

A Câmara Municipal deve, de uma vez por todas, assumir que os mais de 800 000 euros que a Autarquia disponibiliza anualmente para a Odivelcultur EM, servem apenas para manter de pé uma empresa que só sobrevive graças a acordos político partidários e que, hoje se prova, nada trouxe ao desenvolvimento cultural do concelho e que se perspectiva, nada trará no futuro.

Odivelas, 22 de Março de 2006

Os vereadores da CDU