Manifesto: Pela Cultura, Liberdade, Transformação e Emancipação Votamos CDU!

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É necessário e urgente romper com a política de desresponsabilização e asfixia financeira, de esvaziamento e secundarização da cultura. No quadro da luta por uma democracia avançada, a luta e a construção de uma democracia cultural é função e factor das vertentes política, económica e social da democracia.

SEIS ORIENTAÇÕES

 

  1ª O acesso generalizado das populações à fruição dos bens e das

  actividades culturais é o objectivo básico fundamental de qualquer

  política de democratização cultural.

 

  2ª O apoio das diversas estruturas do Poder Central e do Poder Local

  ao desenvolvimento da criação, produção e difusão culturais, com a

  rejeição da sua subordinação a critérios mercantilistas e no

  respeito pela controvérsia e pela pluralidade das opções estéticas.

 

  3ª A valorização da função social dos criadores e dos trabalhadores

  da área cultural e das suas estruturas e a melhoria constante da sua

  formação, condições de trabalho e estabilidade profissional.

 

  4ª A defesa, o estudo, a preservação e a divulgação do património

  cultural nacional, regional e local, erudito e popular, tradicional

  ou actual, como forma de salvaguarda da identidade e da

  independência nacional.

 

  5ª O intercâmbio com os outros povos da Europa e do mundo, a

  abertura aos grandes valores da cultura da humanidade e a sua

  apropriação crítica e criadora, o combate à colonização cultural e a

  promoção internacional da cultura e da língua portuguesas no plano

  internacional, no seio das comunidades portuguesas no estrangeiro,

  em estreita cooperação com os outros países e povos que usam o mesmo

  idioma.

 

  6ª A democratização da cultura, entendida e praticada enquanto

  factor de emancipação. Social e individual, a emancipação supõe o

  enriquecimento das relações colectivas, o equilíbrio entre as

  relações de pertença e a aventura da criação, o reconhecimento da

  singularidade própria e da dignidade de cada um, uma consciência

  crescente da nossa posição na sociedade e no mundo.

 

  DEZ MEDIDAS PRIORITÁRIAS

 

  No quadro destas orientações fundamentais, e tendo em conta os

  aspectos fundamentais da política seguida pelo Governo Sócrates que

  é essencial corrigir e inverter, nós, escritores, artistas e demais

  trabalhadores da cultura subscrevemos o programa da CDU para a

  cultura, na convicção de que o processo da sua implantação será

  sempre realizado de forma não burocrática e participada.

 

  1.O princípio do financiamento público da democratização da cultura

  deve no imediato levar a que o orçamento para a cultura represente

  1% do OE e no fim da legislatura deverá conseguir-se que corresponda

  a 1% do PIB;

 

  2.A reformulação da estrutura orgânica do MC, que lhe assegure

  condições humanas e técnicas para realizar uma política activa no

  plano da inventariação, defesa e preservação do património, no apoio

  à criação contemporânea, ao alargamento de públicos, à

  democratização do acesso à cultura;

 

  3.Uma articulação de políticas entre MC, ME, MCES, de modo a

  potenciar os laços entre a educação e o ensino, a cultura artística

  e a cultura científica;

 

  4.Uma política de efectivo apoio ao que deverão ser as componentes

  de um autêntico serviço público no plano da cultura, nomeadamente

  nas áreas do teatro, da música, da dança, do cinema, das artes

  plásticas e da expressão escrita;

 

  5.A melhoria das condições de exercício, estabilidade profissional e

  protecção social para os criadores e artistas;

 

  6.O fim da entrega de bens patrimoniais do Estado à gestão privada,

  ou da sua privatização;

 

  7.Uma urgente reformulação da política relativa aos museus,

  assegurando as suas condições de funcionamento, de modernização das

  suas instalações, de preservação, dinamização e investigação dos

  seus acervos;

 

  8.A construção de um sistema público de ensino artístico de

  qualidade, com dois objectivos fundamentais: a formação de

  profissionais e a generalização da cultura artística entre a

  população portuguesa;

 

  9.Uma política de relacionamento cultural com todos os povos e

  culturas, resistindo ao afunilamento das relações culturais com os

  países dispondo das mais poderosas indústrias e mercados culturais;

 

  10.Uma política de afirmação e promoção da língua e da cultura

  portuguesas, enquanto expressões livres das identidades, aspirações

  e criações do povo português.

 

 Assinem aqui <http://www.petitiononline.com/CDUCult/petition.html>!