CDU Lisboa denuncia: ausências de reuniões, instabilidade e nomes desaparecidos das listas à CML

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As listas apresentadas por vários partidos e movimentos para a Câmara de Lisboa são uma prova provada de que por parte dessas organizações mais importante do que a Cidade é o dia-a-dia, a gestão dos conflitos e os combates e guerrilhas internas. Fica claro que as conjunturas negativas se sobrepõem à estabilidade prometida e ao propalado amor pelos interesses da Cidade.

PS

Da lista de Carrilho, nada restou para o mini-mandato seguinte, o actual. António Costa enviou para Oeiras o seu substituto e vice-presidente – que demonstrou sempre uma impressionante incapacidade de adaptação à função e mesmo uma inesperada e surpreendente falta de «sentido de Estado» para o cargo. 

Dos restantes vereadores do PS hoje em funções, apenas transita para o próximo mandato o nº 2 da lista (o autor da técnica de subversão do planeamento, fautor das concepções arrevesadas de planos para benefício da especulação imobiliária). 

As mudanças são radicais. Nessa lista, ficam incluídos candidatos vindos do BE e dos Cidadãos por Lisboa, numa descaracterizadora amálgama de tendências e sensibilidades.

O mandatário da anterior lista de Costa recusa hoje sequer votar nesta lista, por razões de alegadas ofensas pessoais e ressentimentos contra o referido ex-mandatário.


PSD

O actual cabeça-de-lista do PSD volta para Setúbal, depois de ter dado em Lisboa uma demonstração máxima de absentismo e incerteza. Fernando Negrão faltou sistematicamente e a Cidade em nada beneficiou com a sua presença/ausência na CML.

Nenhum dos actuais titulares transita para o próximo mandato.

Na nova lista não aparecem pessoas que deram contributos sérios para algumas das situações em debate na CML.   


BE

Depois da manifesta fraude eleitoral que foi o episódio escabroso vivido pelo BE na sua relação com Sá Fernandes, que teve por base o acordo de gestão com o PS, o BE acabou por substituir os seus candidatos cimeiros e na próxima lista o BE parte do zero.


Movimento de Carmona

Esta organização de interesses de confronto com o PSD desaparece de cena sem honra nem glória. Nem proveito para a Cidade.


Movimento de Roseta

Depois de tantas loas aos movimentos de cidadãos e de tantas juras de independentismo e dedicação firme aos interesses da Cidade, tudo se esboroou e Helena Roseta, que já tinha um acordo de gestão com o PS, acabou integrando afinal, em surpresa, a lista do PS, partido de onde tinha arrancado para o movimento independente, agora acantonada num confortável segundo lugar, mas sem poder vir a ser vice-presidente.

De notar que Roseta nem sequer cumpre aquilo que prometeu aquando do acordo coligatório com o PS: que o seu movimento iria concorrer às Freguesias de Lisboa. Não é assim: apenas aparecem e só a apoiar uma única lista de freguesia, composta por dissidentes do PSD, em São João de Brito.  


PS prepara uma grande confusão

No caso de vitória eleitoral de António Costa a 11 de Setembro, o que se segue é bastante nebuloso. O lugar de vice-presidente da CML será agora finalmente ocupado por Manuel Salgado que desta vez até nem é o nº 2, ao contrário do que lhe aconteceu no presente mandato, em que, sendo o nº 2, não foi vice-presidente…

Mais, e mais grave, do ponto de vista da lógica eleitoral e dos compromissos dos candidatos para com os eleitores: se por alguma circunstância conjuntural relativa à formação do próximo Governo ou por outra qualquer razão, António Costa abandonar a CML para desempenhar outro cargo no PS ou no Governo, Helena Roseta abandona também ela a CML para que o cargo de Presidente possa ser desempenhado por outro eleito da mesma lista mas que seja militante do PS.

Uma situação muito simples e linear, como se vê!!        

Tudo somado: uma confusão digna de nota.   

Conclusão: prometem mas não cumprem

 

A Cidade e os seus interesses não comovem esta gente. Não os preocupa o cumprimento das juras de fidelidade ao mandato. Dito de outra forma: pouco ou nada resta das promessas de amor a Lisboa repetidas em 2005 e em 2007 por parte destes mesmos actores políticos.

Uma situação algo inédita e estranha que determina o grau de fiabilidade das listas em causa: as pessoas chegam à cena política local, experimentam por meia dúzia de actividades e desaparecem da mesma cena política à velocidade da luz. 

A Cidade não pode contar com tal gente.

Para cúmulo, dois dos candidatos, Costa e Santana, declaram logo à partida que só ficam na Câmara se forem presidentes.

A CDU lamenta que estas listas manifestem uma tal instabilidade e um tal afastamento da essencial honorabilidade de compromissos 

para com a Sociedade a quem prometem.

Mas não cumprem.

Pelo contrário, com a CDU, a Cidade sabe sempre com o que é que conta. O respeito pelo voto dos eleitores é levado a sério e o desempenho dos mandatos é um princípio para cumprir sempre por parte dos eleitos da CDU.

Lisboa, 14 de Setembro de 2009

A CDU de Lisboa