«É preciso começar por uma definição o mais precisa e completa possível do imperialismo. O imperialismo é um estádio histórico particular do capitalismo. Esta particularidade é tripla: o imperialismo é (1) – capitalismo monopolista; (2) – capitalismo parasitário ou em decomposição; (3) – capitalismo moribundo. A substituição da livre concorrência pelo monopólio é o traço económico fundamental, a essência do imperialismo. O monopolismo manifesta-se em 5 tipos principais: 1) os cartéis, consórcios e trusts; a concentração da produção alcançou o nível que gerou estas associações monopolistas de capitalistas; 2) a situação monopolista dos grandes bancos: 3-5 bancos gigantescos comandam toda a vida económica da América, da França, da Alemanha; 3) a apropriação das fontes de matérias-primas pelos trusts e pela oligarquia financeira (o capital financeiro é o capital industrial monopolista que se fundiu com o capital bancário); 4) a partilha (económica) do mundo pelos cartéis internacionais começou. Contam-se já para cima de cem desses cartéis internacionais, que dominam todo o mercado mundial e o dividem «amistosamente» – enquanto a guerra não o redividir. A exportação do capital, como fenómeno particularmente característico, diferentemente da exportação de mercadorias no capitalismo pré-monopolista, está em estreita ligação com a partilha económica e político-geográfica do mundo; 5) a partilha territorial do mundo (colónias) terminou.»
«No nosso século é impossível não haver eleições; não se pode prescindir das massas, e na época da imprensa e do parlamentarismo não se pode arrastar as massas sem um sistema amplamente ramificado, sistematicamente aplicado e solidamente equipado de lisonja, de mentira, de vigarice, de prestidigitação com palavrinhas à moda e populares, de promessas à esquerda e à direita de quaisquer reformas e de quaisquer benefícios para os operários – desde que eles renunciem à luta revolucionária pelo derrubamento da burguesia.»