assassinato de rosa e karl

Nos 85 anos do assassínio de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburg

AUTOR
Membro do Sector Intelecual da ORL do PCP

"…desde que não tenhamos desaprendido de aprender" (1)

Em fundo internacional marcado pelo contraste gigantesco entre as ruínas da guerra imperialista de 1914-1918 e a repercussão, no mundo, da Revolução de Outubro de 1917, pode-se dizer que houve de tudo no epílogo do desastre infligido a todo o povo alemão, antes de mais pela "sua" classe dominante. Houve lutas sociais violentas até à guerra civil, houve diversa escória humana ladeando gente boa e simples, e houve revolucionários, uma centena dos quais presentes como delegados no congresso de fundação de um Partido Comunista em plena tempestade social e política: uns, escapando pouco depois à morte, serão guiados por outras lutas, muitas vezes até à vitória; outros, dando a vida pela revolução, mas sabendo que abriam assim caminho aos que prosseguiam.
Foi há oitenta e cinco anos. Contam-se por milhares os representantes do proletariado alemão e internacional que deixaram nos anais das lutas de 1918 e 1919 prova indelével de abnegação, lucidez e integridade. Entre os que pertencem hoje à memória dos trabalhadores conscientes de todos os países estão Karl Liebknecht e Rosa Luxemburg, assassinados em Berlim em 15 de Janeiro de 1919.
E os carrascos? Desses não se dirá menos do que imaginou Marx para outros comparsas, que meio século antes tinham mandado ou deixado massacrar a Comuna de Paris. Também os carrascos alemães de 1919 ficarão amarrados para sempre ao pelourinho da história.

Uma correlação de forças desfavorável

A luta armada entre revolução e contra-revolução na Alemanha, em especial no curto período de Novembro de 1918 a Abril de 1919, era a consequência imediata da derrota de 1918 e a expressão mais aguda do antagonismo social e político entre dois campos principais.

Do lado da reacção:

A burguesia do capital financeiro e da grande indústria, que fomentou a entrada da Alemanha na cena mundial ao tempo do Kaiser Guilherme II e forneceu a base material de uma política de expansão e guerra metodicamente preparada. É um tempo de grande prosperidade para o Krupp fabricante de canhões e amigo pessoal do fanfarrão cruel que foi o Kaiser ; para o primeiro Thyssen da siderurgia; para a AEG, então o primeiro colosso europeu da indústria eléctrica e para outros poderosos cartéis, antes e depois de 1914.
A nobreza fundiária, em declínio, mas tradicional fornecedora da alta administração do Estado, das altas patentes militares e, até à abdicação de Guilherme II em Novembro de 1918, de parasitas de luxo ao serviço da dinastia reinante.
A aristocracia militar e outros corpos armados, de formação "pangermânica" e "prussiana", com Hindenburg e Ludendorf à cabeça como chefes de guerra deste período. O primeiro ainda terá tempo, antes de morrer como Presidente no final da República de Weimar, de chamar Hitler para chanceler. O segundo veio a participar com Hitler no putsch falhado de 1923 e foi deputado nazi, além de autor de escritos militares que pretendiam explicar com a lenda do "punhal nas costas" o desfecho de 1918.
Uma parte considerável da direcção e do aparelho do Partido Social-democrata da Alemanha (SPD). Factos numerosos, permanentes e documentados atestam a degenerescência reaccionária de elementos dos mais influentes entre esta camada dirigente, assim como de muitas direcções sindicais da mesma tendência. Sucintamente expostos, vejam-se os casos exemplares de Philipp Scheidemann, Gustav Noske e Friedrich Ebert. O pouco que a seguir se diz subentende muito do que fica por dizer.
Scheidemann, antigo operário tipógrafo, jornalista, deputado e governante, combateu na direcção do SPD, com Ebert, a agitação crescente a favor da paz antes de 1918. Organizador de provocações contra a Liga Espártaco (comunista) (2), foi também um decidido adversário de quaisquer relações pacíficas com a jovem República dos sovietes. Chanceler do primeiro governo da República em 1919, demitiu-se ao fim de alguns meses por recusa das condições impostas à Alemanha pelas potências vencedoras (Tratado de Versalhes).
Noske, antigo artesão cesteiro, sindicalista, deputado e governante, foi dentro e fora do Parlamento um entusiasta da guerra e, desde os seus verdes anos, admirador do militarismo à prussiana. Acerca do projectado esmagamento, com os seus pares, das insurreições de 1918 e 1919, contou ele pouco depois em escrito autobiográfico: "Eu exigi que fosse tomada uma decisão. Alguém exclamou: "Então faz tu isso!". Tendo decidido rapidamente, repliquei: "Se quiserem! Alguém tem de ser o cão sanguinário (Bluthund), eu não tenho medo dessa responsabilidade"" (3). Os massacres de 1919 e, sendo Noske ministro da guerra, a intervenção alemã contra a Rússia soviética, mostraram tudo quanto se podia esperar de tão pronta ferocidade. Como típico homem de ligação entre o extremo oportunismo de direita e as forças da reacção alemã, este Noske ganhou, por certo, lugar de destaque no pelourinho da história.
Ebert, por último. Antigo operário correeiro, depois deputado e governante, foi eleito em 1905 para a direcção do SPD contra a opinião de August Bebel, então presidente do Partido. Eleito ele próprio para este cargo após a morte do mesmo Bebel (1913), trabalhou com pleno êxito para a votação, em Agosto de 1914, a favor dos primeiros créditos de guerra pelo grupo do SPD no Parlamento. Denunciou como "traição à pátria", desde 1917, os levantamentos de marinheiros revolucionários na frota de guerra. Mal foi proclamada a República, concluiu com os chefes militares um acordo secreto para "obstar ao avanço do bolchevismo terrorista na Alemanha", como Hindenburg declarou mais tarde sobre o caso. Foi Presidente da República em 1919. Mas Ebert viria a distinguir-se ainda mais: na primeira metade dos anos 20, foi um dos organizadores do "terror branco" contra as massas trabalhadoras em luta pela defesa das conquistas sociais de 1918.
Tal era, em resumo, o "lado alemão" da falência da II Internacional (que Engels ajudara a criar em 1889), agora desacreditada na completa subserviência ao imperialismo e dividida na cumplicidade com o furor chauvinista e guerreiro atiçado em cada um dos principais países beligerantes.
Na conclusão da sua obra clássica, História da social-democracia alemã (1.ª ed., 1898), podia ainda Franz Mehring, mais tarde dirigente espartaquista e cofundador do Partido Comunista da Alemanha (KPD), conceber com esperança o "resgate de séculos de vergonha alemã" pelo contributo da social-democracia do seu país para "a luta de emancipação da classe operária moderna" (4). É impossível não lembrar aqui o velho Mehring vinte anos depois destas palavras, doente e sobretudo destroçado pelo curso dos acontecimentos, resistindo apenas quinze dias ao assassínio de Rosa e Karl.

Do lado do movimento revolucionário:

Camadas populares, organizações operárias do SPD e sectores intelectuais não permeáveis ao oportunismo de direita, não intoxicados pelo chauvinismo e pelo militarismo, ganhos em medida variável para a exigência de uma paz justa e rápida que trouxesse no seio transformações democráticas e, talvez, uma república socialista alemã.
A maioria dos socialistas independentes (USPD), surgidos em Abril de 1917 como cisão de esquerda do SPD, com ligação ao proletariado das grandes cidades. Nessa formação, "conglomerado de tendências", integrou-se até à fundação do Partido Comunista da Alemanha a Liga Espártaco, como fracção marxista revolucionária dirigida por homens e mulheres como Karl Liebknecht, Rosa Luxemburg, Clara Zetkin, Franz Mehring. Em 1920 a ala esquerda do USPD aderiu ao Partido Comunista. Quanto aos centristas do USPD, regressaram na sua maior parte, em 1922-1923, ao seu SPD de origem.
Os marinheiros, insubordinados ou insurrectos, que a partir de Setembro e Outubro de 1918, ao aproximar-se a derrota dos seus chefes, intensificaram decisivamente contactos organizados com os operários dos estaleiros navais e portos de guerra. Os confrontos armados que em Novembro e Dezembro desse ano fizeram tremer em Berlim todo o grupo Ebert e o alto comando do exército pela firmeza de três mil homens da "Divisão de marinha popular", fizeram também coincidir no tempo a iminência da queda do governo burguês, a perspectiva de um mais decidido rumo para a revolução e a clara necessidade de um Partido Comunista para todo o proletariado alemão. Mas só esta necessidade se cumpriu de imediato e só em insuficiente medida.
O KPD tornou-se essa força nova quando os espartaquistas, rompendo com as hesitações de outras forças do USPD, decidiram convocar para Berlim o congresso de fundação do Partido, de 30 de Dezembro de 1918 a 1 de Janeiro de 1919. E ao nome adoptado acrescentaram o parêntese (S), de Spartakusbund: Liga Espártaco.
Não era casual a analogia com o nome daquele Partido precursor que entre 1918 e 1925 se chamou Partido Comunista da Rússia [com o (b) de bolchevique, já anterior] e conduzia então combates de gigante por um mundo novo.
O historiador marxista Gilbert Badia, especialista de assuntos alemães contemporâneos, descreve as difíceis condições em que surgiu o KPD: "Havia finalmente na Alemanha um partido que ia esforçar-se por realizar a unidade da classe operária numa base revolucionária. Mas esta fundação acontece relativamente tarde, em plena batalha pelo poder. No seio mesmo deste partido novo dominam os elementos que subestimam qualquer outra forma de luta que não a luta de massas violenta. Apesar das intervenções prementes de Liebknecht e de Rosa Luxemburg, três quartos dos delegados pronunciam-se contra qualquer participação do partido nas eleições para a Assembleia nacional, que se realizam dali a três semanas." (5)
Apoiado em documentação proveniente desse congresso, o historiador assinala outras dificuldades e insuficiências de carácter político, respeitantes em particular à subestimação de áreas de luta tão importantes como o aparelho de Estado, o papel dos sindicatos, a defesa das liberdades democráticas junto da maioria do povo, o campesinato e os problemas do campo. E assinala também a sobre-avaliação da espontaneidade revolucionária das massas.
Já a outro propósito, acrescenta: "O congresso não se limitou a enviar a Moscovo um telegrama exaltando a solidariedade que os comunistas russos testemunhavam aos espartaquistas (…). Rosa Luxemburg fez igualmente adoptar uma resolução que denunciava a cumplicidade dos imperialistas alemães e ingleses contra o poder soviético." (6)

Lénine: a "Carta aos operários da Europa e da América"

Quem percorrer os escritos e discursos de Lénine do ano de 1919 encontra importantes referências à revolução alemã, da qual retira ensinamentos e exemplos, manifestando sempre um alto apreço pelos dirigentes espartaquistas. É assim pouco antes e pouco depois do assassínio de Rosa e Karl, será assim em 2 de Março, no discurso de abertura do I Congresso da Internacional Comunista e, pelo menos, ainda em Julho, Agosto e Outubro. Quer dizer, o caso alemão preenche nas preocupações internacionais e na análise do dirigente bolchevique um lugar central, que insistentemente apresenta àqueles a quem se dirige em cada momento. A carta mencionada acima inscreve-se nesse quadro geral, com esta particularidade: iniciada em 12 de Janeiro, três dias antes da morte dos dois revolucionários alemães, ela só é terminada a 21 desse mês.
Do ponto de vista da caracterização política, o essencial está dito antes de ser conhecida a terrível notícia. E dito nestes termos: "Quando a "Liga Espártaco" se intitulou "Partido Comunista da Alemanha", então a fundação da III Internacional, da Internacional Comunista, realmente proletária, realmente internacionalista, realmente revolucionária, tornou-se um facto. Formalmente essa fundação ainda não está consagrada, mas de facto a III Internacional já existe." (7)
A clareza de tal ajuizamento quase dispensa comentários, em todo o caso nos limites deste artigo. A gravidade e a premência do momento internacional que então se vive permitem compreender o alcance de tais palavras. É que a revolução russa continua a ser uma "fortaleza sitiada enquanto os outros exércitos da revolução socialista mundial não vierem em nossa ajuda", declara Lénine no começo da carta. Ora, nos últimos cinco meses de 1918, lê-se adiante, "foi extremamente rápido o amadurecimento da revolução proletária mundial, em consequência da passagem dos operários de diversos países para o comunismo e o bolchevismo". Na enumeração que faz desses países, a Alemanha encerra a lista, mas como caso maior e mais recente de um processo inacabado, contudo suficientemente desenvolvido para se poder pensar a ligação entre capitalismo desenvolvido e a questão da história. E de que modo pensar produtivamente essa ligação? Resposta: observando "todo o curso do desenvolvimento da revolução alemã e principalmente a luta dos "espartaquistas" (…), tudo isso mostra como é colocada a questão pela história no que se refere à Alemanha".
Mesmo sem se sair da "Carta aos operários da Europa e da América", julgo que bastaria a síntese aí esboçada (e não só esboçada, mas conceptualmente efectuada) entre os diversos termos daquela ligação – isto é, o compreender como responde a história alemã recente à questão da génese da revolução proletária dentro e a partir da guerra imperialista – bastaria isso, pois, para se reconhecer no autor da carta o discípulo poderosamente original de Marx.
Discípulo, porque faz sua a tese central de Marx acerca da Comuna de Paris como primeira forma histórica do Estado proletário. Original, como era indispensável que o fosse, ao ligar essa aquisição histórica, ainda que derrotada e de duração fugaz, com tudo o que havia de novo e inédito no ascenso revolucionário europeu de 1918 e com a sua frente sitiada mas não derrotada, o poder soviético.
Ao leitor interessado pertence ir mais longe no exame do problema, tanto mais que na carta em apreço prossegue caminho o nervo condutor da reflexão táctica e estratégica, que da revolução alemã se ergue ao "plano histórico-mundial" para regressar depois à Alemanha e ir desembocar na tentativa de "estrangulamento da república soviética". Seguir esse rumo com o texto é trabalhoso mas esclarecedor.
Faz parte da "Carta aos operários da Europa e da América" e está nos propósitos deste artigo o testemunho pessoal e político de Lénine sobre os acontecimentos de 15 de Janeiro em Berlim. Anote-se de relance que a sua linguagem de revolta ou de exasperação perante a brutalidade do crime é também resposta directa ao mais grave ultraje político, capaz de levar a outros patamares de luta. Como é habitual nos seus escritos de combate, a aspereza e até a invectiva motivada para com o adversário (aqui na forma do "agente" do inimigo de classe) não podem ser desligadas, parece-me, nem da rudez dos conflitos nem, principalmente, da justeza da caracterização. E se é verdade que o estilo é o homem, reconheça-se também que ambos são, em essencial medida, filhos do seu tempo.
É preciso reproduzir aqui com alguma extensão as palavras de Lénine, que surgem bruscamente na segunda metade da carta, do fundo da sua revolta: "As linhas precedentes foram escritas antes do selvático e vil assassínio de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburg pelo governo de Ebert e Scheidemann. Estes carrascos, que rastejam diante da burguesia, permitiram aos guardas brancos alemães, aos cães de guarda da sagrada propriedade capitalista, que linchassem Rosa Luxemburg, assassinassem Karl Liebknecht com um tiro pelas costas, sob o pretexto manifestamente falso da sua "fuga" (o tsarismo russo, ao afogar em sangue a revolução de 1905, recorreu muitas vezes a assassínios semelhantes com o mesmo falso pretexto de "fuga" dos presos), e ao mesmo tempo esses carrascos cobriram os guardas brancos com a autoridade do governo pretensamente inocente, pretensamente colocado acima das classes! Não há palavras para exprimir toda a infâmia e baixeza dessa acção de carrascos, cometida por pretensos socialistas (…). O sangue dos melhores homens da Internacional operária mundial, dos chefes inesquecíveis da revolução socialista mundial, temperará massas sempre novas de operários para uma luta de vida ou de morte. E essa luta conduzirá à vitória." (8)
No plano factual respeitante às circunstâncias do crime, Lénine só podia dispor de informação incompleta nos primeiros dias a seguir ao 15 de Janeiro. De resto, ainda hoje subsistem pontos de controvérsia ou de insuficiente apuramento. Mas a responsabilidade moral, política e militar dos chefes oportunistas e governantes do SPD está provada desde há muito e é esmagadora. Coordenado por Noske, o assalto a Berlim na primeira quinzena de Janeiro por corpos armados de voluntários e mercenários levava instruções precisas: limpar de insurrectos a capital por todos os meios. Casos houve em que nem portadores do pano branco da rendição foram poupados. Tropas regulares estacionadas na cidade participaram na carnificina.
Quanto a Rosa e a Karl, embora discordando do momento da batalha decisiva, optaram por permanecer ao lado do proletariado em armas de Berlim, onde viveram os seus últimos dias em plena actividade, mal protegidos no fim: Rosa muito tempo presente na sala de redacção do órgão do KPD, Die rote Fahne (A Bandeira Vermelha), Karl tentando ainda organizar um comício, quando os bandos de Noske já patrulhavam a cidade. Ambos presos, talvez por denúncia, na noite de 14, foram levados para o posto de comando de uma divisão de cavalaria. Espancados, seriamente feridos e, horas depois, conduzidos separadamente (a pretexto da sua transferência para a prisão de Moabit) até um parque da cidade, o Tiergarten, aí foram abatidos. A versão dos oficiais-assassinos: "Prisioneiros abatidos durante uma tentativa de fuga" foi aceite sem dificuldade pelos oficiais-juízes que cumpriram o simulacro de julgamento.
"A ordem reina em Berlim" foi o título escolhido por Rosa para o seu artigo do Rote Fahne, edição de 14 de Janeiro. Um dia depois, já póstumo, saía também no jornal do Partido o célebre "Trotz alledem" ("Apesar de tudo"), de Liebknecht, onde escrevia: "Estaremos nós ainda vivos quando atingirmos a nossa meta? O nosso programa, esse, viverá (…). Apesar de tudo!"
Daria todo um estudo à parte procurar compreender a fundo a derrota de Janeiro de 1919 – e outras, bem mais próximas de nós – tendo presente o lema a que a revolucionária polaca e alemã nunca renunciou: não desaprender de aprender.

Notas

  • (1) No seu escrito A crise da social-democracia (em alemão; pseudónimo "Junius"), redigido em 1915 na prisão, em Berlim, sustenta Rosa Luxemburg a ideia de que "a classe operária moderna paga caro cada compreensão nova da sua missão histórica", a propósito da carnificina entre trabalhadores de diferentes países na guerra de 1914. E um pouco adiante acrescenta: "Mas não estamos perdidos e alcançaremos a vitória desde que não tenhamos desaprendido de aprender. E se, porventura, o guia actual do proletariado, a social-democracia, não soubesse tirar ensinamento dos factos, então desapareceria "para dar lugar aos homens que estiverem à altura de um mundo novo"".- Ver: R. Luxemburg, Textos (em francês), trad., apresent. e notas por Gilbert Badia, Paris, Editions Sociales, 1969, pp. 199-200.
  • (2) Do nome do escravo que no século I antes da nossa era organizou contra Roma uma rebelião de sessenta mil companheiros seus e de outros oprimidos.
  • (3) Cit. por G. Badia, História da Alemanha contemporânea (em francês), tomo I, Paris, Editions Sociales, 1971, p. 131. – Para a informação biográfica constante do presente artigo, utilizou-se também o Dicionário biográfico de história alemã. Dos começos até 1945 (em alemão), Berlim, DVW, 1970.
  • (4)Escritos completos (em alemão), tomo 2/II, Berlim, Dietz, 1976, p. 706.
  • (5) G. Badia, obra cit., p. 128.
  • (6) Ibid., p. 130.
  • (7) V. I. Lénine, Obras Escolhidas em seis tomos, t. 4, Lisboa, Edições "Avante!" – Moscovo, Ed. Progresso, 1986, p. 157. – As restantes referências a esta carta de Lénine situam-se no mesmo tomo, pp. 156-162.
  • (8) V. I. Lénine, obra cit., p. 161

"Militante N.º 269 Março/Abril de 2004