É inadmissível o que estão a fazer com a TAP, empresa estratégica do nosso País, que o Governo do PS quer privatizar, tendo ao seu serviço uma Administração com a missão de preparar o caminho de desmantelamento da empresa e de desferir um ataque cerrado aos direitos dos trabalhadores.
Vão-se multiplicando os abusos por parte das administrações e sofrem os trabalhadores as consequências desses abusos.
As indemnizações chorudas e outros casos que envolvem a administração só ajudam a pôr a nu aquilo que é evidente e que foi o objectivo do plano de reestruturação que o Governo acatou da União Europeia: colocar os trabalhadores a pagar as ditas dificuldades financeiras da TAP e os impactos da pandemia, sem respeito pelos seus direitos e sem olhar a TAP como uma empresa estratégica que dá retorno ao País em vários aspectos e por isso deve ser salvaguardada.
Desde o início que o PCP afirmou que esta situação era inadmissível!
Perante os impactos da pandemia, o PCP recusou o “plano de reestruturação” que o Governo e a União Europeia impuseram e apresentou uma proposta de um ”Plano de contingência” que permitia ultrapassar essa fase difícil para todas as companhias aéreas do mundo sem atacar os direitos dos trabalhadores e preparando a retoma da actividade futura.
A opção foi outra. Nos últimos anos foram impostos milhares de despedimentos, cortes salariais que se mantêm, cortes nos direitos dos trabalhadores. E agora a machadada final que a administração da TAP procura dar com a denúncia dos Acordos de Empresa e a pretensão de impor acordos com menos direitos e mais exploração. São os trabalhadores que criam a riqueza na TAP, não podem ser os trabalhadores a pagar os desmandos de sucessivos Governos do PS e do PSD, de quem se aproveitou dos lucros da companhia como a Atlantic Getway e as respectivas administrações ao seu serviço.
Com uma violenta campanha pública contra a TAP, com o ataque aos direitos dos trabalhadores, a crescente externalização de serviços ou a pretensão de venda de património, a TAP está a ser preparada para ser privatizada. Para colocar nas mãos de uma multinacional estrangeira uma empresa que é dos principais exportadores nacionais, dos maiores contribuintes para os cofres do Estado, da qual dependem cerca de mil empresas nacionais, que é uma garantia de coesão territorial, de ligação às comunidades emigrantes e impulsionadora do turismo e da economia nacional.
É urgente defender a TAP pública e os direitos dos trabalhadores!
Os trabalhadores da TAP são os primeiros interessados em defender uma TAP pública e uma gestão da empresa ao serviço do desenvolvimento do País. Se a TAP dependesse dos grupos económicos privados já não existia. E Portugal não pode ficar à mercê de multinacionais estrangeiras para garantir o transporte aéreo.
Mas os trabalhadores da TAP precisam também de ver os seus salários valorizados ainda mais perante o brutal aumento do custo de vida. É preciso reverter os cortes que foram impostos no âmbito do “plano de reestruturação”, combater a precariedade, valorizar carreiras e profissões, do pessoal da manutenção ao pessoal de voo, dos serviços de assistência em escala aos pilotos, do catering aos serviços comerciais.
É urgente a união dos trabalhadores da TAP na luta contra este rumo!
É urgente impedir a destruição da TAP!
Os trabalhadores podem, como sempre aconteceu, contar com o PCP!
Podes ler aqui o comunicado completo: https://lisboa.pcp.pt/wp-content/uploads/2023/01/TAP-nao-pode-ser-destruida.pdf