Reorganização do CHL Central EPE

Reorganização do CHL Central EPE
Organização do futuro Hospital de Todos os Santos

 
O projecto para a construção do novo Hospital de Todos os Santos (HTS), recentemente divulgado pela Administração do CHLC EPE e colocado ao dispor de todos para discussão (que consideramos positivo), levanta-nos várias questões e grandes preocupações: 
 
1.O projecto do novo HTS só pode ser analisado e discutido tendo em conta a sua integração no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mais concretamente na região de Lisboa e áreas envolventes, segundo o Plano Director Regional de Saúde (Lisboa e Vale do Tejo), concluído em 2002.   
A área de influência (directa e referenciada), que irá definir o número de camas e recursos humanos e materiais, tem de ter em conta as estruturas hospitalares e de cuidados primários existentes e as previstas, nomeadamente os hospitais de Loures, V. F. Xira, Cascais e Sintra. 
 
2.Por outro lado, o encerramento dos actuais hospitais do CHLC e do H. Curry Cabral, deixa sem assistência a zona central de Lisboa (zona velha) que, com população residente e população flutuante muito numerosa, leva à necessidade de  permanência de uma Unidade Hospitalar de_cuidados básicos, como previsto no referido Plano Director Regional.
 
3.Havendo pontos discutíveis, positivos e negativos no projecto organizativo do futuro HTS, em cuja discussão todos devemos participar, este só poderá ser implementado quando as outras estruturas estiverem em funcionamento. Mas os atrasos que se verificam, nomeadamente nos processos dos hospitais de Loures e Cascais, colocam-nos grandes interrogações e dúvidas, dando tempo à instalação do sector privado que aparece como alternativa ao serviço público.
 
4.Relativamente ao “Plano de Transição” e ao modo como está a ser implementado, consideramos que está a ter uma repercussão negativa no atendimento aos utentes e a criar instabilidade entre os profissionais contribuindo para esta situação os seguintes factos:
 
    O encerramento apressado do Hospital do Desterro, com redução do número de camas e espaço físico sem estarem criadas alternativas sérias previamente;
    A concentração  e deslocação de serviços e consultas e, simultaneamente, as obras de reestruturação do Serviço de Urgência, com consequente deslocação de meios humanos e materiais da Urgência para áreas de internamento, causando sérias dificuldades no atendimento e agravamento das condições de trabalho dos profissionais;
    O desconhecimento do destino do Hospital do Desterro, continuando as suas instalações sem ser utilizadas nem promovida a sua adaptação a hospital de retaguarda (para eventuais necessidades temporárias) ou de cuidados continuados;
    A projectada e já iniciada redução significativa do número de camas (até às previstas para o HTS?), que será uma medida desastrosa, atendendo à população que actualmente recorre ao CHLC e sem existirem as alternativas já referidas (entrada em funcionamento de outras unidades hospitalares);    
    A preocupante ausência de planificação de política de Recursos Humanos, sendo objectivamente amputados com o início da sua redução na passagem do CHL a EPE e criação do “quadro residual”, desconhecendo-se o futuro quadro do novo hospital;
    A inexistência de qualquer referência ao Hospital de cuidados básicos para a cidade, com a consequente ausência de participação dos quadros do CHLC na sua organização e de perspectivas de absorção de parte dos seus Recursos Humanos. 
 
São estes alguns dos factores geradores de instabilidade e de desmotivação entre os trabalhadores. O envolvimento de todos neste projecto, pressupõe que se clarifique o seu futuro quer a nível de capacidade de prestação de cuidados às populações que continuam a procurar os seus cuidados nos actuais serviços do CHLC, quer a nível das possíveis alternativas da sua integração nas estruturas do S.N.S..
 
Só assim se evitará a desmotivação e eventual sangria dos melhores elementos, com a desnatação dos quadros profissionais do CHLC.
 
 
Abril de 2007
                                                             A Célula do CHLC do P. C. P.