Está em curso uma greve nacional do Such, organizada pela Federação dos sindicatos da hotelaria (Fesaht), no dias 14 e 15 Dezembro com adesões que variam em função do setor da empresa. Na parte das cantinas, registam-se adesões na ordem dos 90%.
No dia 14 de Dezembro realizou-se uma concentração com mais de 100 trabalhadores da such junto à Assembleia da Republica. Uma delegação do PCP, de que fez parte a deputada Paula Santos, pode estar presente e ouvir uma classe já com grande experiência de luta, que conquistou o seu acordo de empresa ao fim de muitos anos, e que continua a não ver resolvidos, antes agravados, muitos dos seus principais problemas.
O 1º tem que ver com o facto de 90% das trabalhadores receberem salários de miséria, pois é assim que pode chamar hoje em dia ao salário mínimo nacional, como referiram os representantes dos trabalhadores. Igualmente indignas são as condições de trabalho. Ouvimos falar de “pisos escorregadios” e de “tetos a cair”. Estamos a referir-nos à empresa cujos trabalhadores produzem por exemplo a comida que diariamente é servida aos doentes, aos médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, entre outros trabalhadores da saúde.
Foi claro que para nós que a questão essencial que os trabalhadores da such exigem é que seja reconhecida a importância do seu papel como essencial para o funcionamento do serviço nacional de saúde. Querem ser respeitados, lutam pela dignidade. Exigem abono de risco e as 35h tal como todos os outros trabalhadores da saúde.
Não é demais repetir que as lutas no atual contexto valem por si, pelos seus objetivos e participação mas valem também porque são uma forma de combater o medo. A democracia não foi suspensa com a pandemia. Pelo contrário o exercício da democracia é necessário para responder ao aproveitamento que o patronato tem feito da pandemia para agravar a exploração.
Os trabalhadores da such estão a fazer o indispensável: com a luta estão a exercer os seus direitos e liberdades e estes só se defendem se os exercermos.