1921, Directivas para a Delegação Soviética à Conferência de Génova

A 6 de Janeiro de 1922, o Conselho Supremo dos países da Entente acordou em realizar em princípio de Março, em Génova (Itália), uma conferência internacional económica e financeira com a participação da Rússia Soviética. Os imperialistas da Entente esperavam obrigar o Estado Soviético a fazer uma série de concessões políticas e económicas, e estabelecer ao mesmo tempo relações económicas com a Rússia Soviética. O governo soviético, guiando-se pelo princípio da coexistência pacífica e considerando necessário o estabelecimento de relações diplomáticas e económicas com os países capitalistas, consentiu em participar na conferência. A conferência de Génova teve lugar entre 10 de Abril e 19 de Maio de 1922. Participaram nela representantes de 29 países: Grã-Bretanha, França, Itália, Bélgica, Japão, Alemanha, Rússia Soviética, etc. O representante dos EUA esteve presente na qualidade de «observador». A delegação soviética apresentou um amplo programa de propostas que visavam a consolidação da paz e da cooperação económica entre os povos, o estabelecimento de relações económicas e comerciais entre a Rússia Soviética e os países capitalistas. O problema da redução geral dos armamentos constituiu um importante ponto desse programa. As potências imperialistas procuravam na conferência utilizar as dificuldades económicas da Rússia Soviética para lhe imporem um acordo em condições leoninas. Exigiam o pagamento de todas as dívidas tsaristas, incluindo as anteriores à guerra, a devolução de empresas nacionalizadas aos proprietários estrangeiros, etc. Seguindo as directivas do Comité Central do partido e as indicações de Lénine, a delegação soviética rejeitou decididamente as exigências insolentes dos imperialistas, e repudiou os seus atentados contra a soberania do Estado soviético. Em consequência da posição hostil da França e da Inglaterra para com a Rússia Soviética, a conferência suspendeu os seus trabalhos. A 19 de Maio, na última reunião plenária, foi acordada a formação de duas comissões de peritos (a soviética e as das potências ocidentais) que deviam reunir-se em Junho de 1922 em Haia para examinar as questões não solucionadas em Génova.

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