«O Sr. Tugán repete o velho processo dos reaccionários: primeiro deturpar o socialismo, atribuindo-lhe um absurdo, e depois refutar vitoriosamente o absurdo! Quando se diz que a experiência e a razão testemunham que as pessoas não são iguais, entende-se por igualdade a igualdade de capacidades ou a identidade das forças físicas e das capacidades intelectuais das pessoas.»
«É evidente que nesse sentido as pessoas não são iguais. Nenhum homem sensato e nenhum socialista o esquece. Simplesmente, tal igualdade não tem nenhuma relação com o socialismo. Se o Sr. Tugán de todo em todo não sabe pensar, em todo o caso sabe ler, e se tomasse uma conhecida obra de um dos fundadores do socialismo científico, Friedrich Engels, contra Duhring, o Sr. Tugán poderia ler aí uma explicação especial segundo a qual seria tolice entender por igualdade no domínio económico outra coisa que não seja a supressão das classes. Mas quando os senhores catedráticos se dedicam a refutar o socialismo, nunca se sabe o que mais nos surpreende, se a sua estupidez, se a sua ignorância, se a sua má-fé.»
«O leitor perguntará talvez, perplexo, como é possível que um douto catedrático liberal tenha esquecido estas verdades elementares, conhecidas de qualquer um através de qualquer exposição das concepções do socialismo? A resposta é simples: as particularidades pessoais dos actuais catedráticos são tais que entre eles se podem encontrar mesmo pessoas de uma estupidez tão rara como Tugán. Mas a situação social dos catedráticos na sociedade burguesa é tal que só são admitidos nessas funções aqueles que vendem a ciência ao serviço dos interesses do capital, apenas aqueles que concordam em dizer contra os socialistas as mais incríveis tolices, os mais desavergonhados absurdos e asneiras. A burguesia perdoa tudo isso aos catedráticos desde que eles se ocupem em “aniquilar” o socialismo.»