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Trabalhadoras do Curry Cabral unidas face a ofensiva patronal

257921408 3128399857436034 8140413219824352610 nFartas de afrontas aos seus direitos e rendimentos e perante uma tentativa encapotada de despedimento colectivo, as trabalhadoras da limpeza no Hospital Curry Cabral uniram-se e estão dispostas a lutar pelos postos de trabalho, contra os roubos nos salários, as ameaças e chantagens e por melhores condições de trabalho.

A situação arrasta-se desde que a Sá Limpa executa o serviço de limpeza concessionado naquela unidade do SNS, mas o desencadeador da revolta foi a tentativa, da empresa, de forçar a «rescisão amigável» com algumas das trabalhadoras, cujo choque perante a proposta patronal gerou a indignação dos trabalhadores que se encontravam ao serviço. Mulheres e homens que garantem a higiene do Curry Cabral decidiram mesmo confrontar o administrador quando este se preparava para sair do local no seu carro, na terça-feira, dia 9,, deixando-lhe claro que «se despede uma despede todos».

 

Na quinta-feira, 11, Tiago Dores, da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, e Clarinda Nogueira, do sector da limpeza, vigilância e segurança, acompanharam Alma Rivera, deputada do Partido na Assembleia da República, para um encontro com as trabalhadores.

Durante a pausa para o almoço, cerca de 40 trabalhadoras relataram à eleita comunista os atropelos cometidos pela Sá Limpa quer em matéria laboral, quer ao nível do serviço prestado no Curry Cabral.

Entre as primeiras estão, para além da tentativa de despedimento encapotado, o desconto de 20 euros para despesas administrativas, o não pagamento do subsídio de alimentação ao sábado,o não cumprimento da legislação em matéria de férias.

Entre as segundas, as quais no entender das trabalhadoras suportam o baixo preço apresentado pela Sá Limpa para garantir a concessão do serviço de limpeza no Curry Cabral, estão a não aquisição ou adulteração do material de limpeza ao ponto de este deixar de o ser, a não observação da categoria profissional de alguns funcionários, a retirada de trabalhadoras de blocos, serviços e enfermarias, a disponibilização de apenas uma farda de segunda a sábado a trabalhadores que contactam com doentes e lixos contaminados, ou o transportes destes na mesma viatura que transporta os materiais e equipamentos de higiene, práticas que, sublinharam os trabalhadores, colocam em causa a higiene dos mesmos e em risco trabalhadores clínicos e não-clínicos e doentes.

Alma Rivera tomou boa nota das denúncias e assegurou que o PCP dará irá confrontar o Governo, enquanto que os trabalhadores informaram que vão reunir em plenário esta segunda-feira, 15, para avaliar o prosseguimento da luta.