O Partido Comunista Português faz 93 anos. Mesmo que nada mais fosse dito sobre isto, este era já um aniversário significativo: 93 anos sempre são 93 anoS. Mas estes não foram uns anos quaisquer. Foram anos de combate tenaz e sem tréguas, que continua, pela causa mais justa e avançada que a Humanidade produziu: o projecto de uma sociedade sem classes, que ponha fim à exploração do homem pelo homem, às desigualdades, às discriminações, às injustiças e aos flagelos sociais que marcam o capitalismo; o projecto de construção do socialismo e do comunismo.
Este combate, por estes que são objectivos supremos e razão de ser da luta dos comunistas, implica muitos outros: pela democracia e pela liberdade; pelo trabalho e pelos direitos; pela educação, pela saúde e pela protecção social; pela cultura e pela Paz. O PCP travou-os a todos; e trava-os ainda hoje.
Característica marcante destas mais de nove décadas é o facto de a luta dos comunistas portugueses ter sido quase sempre travada contra a corrente e em oposição ao estado de coisas existente. Mesmo quando isso implicava, como implicou a tantos e tantos militantes, a prisão, a tortura e, não poucas vezes, a morte. As tempestades, por mais violentas que tenham sido, nunca apanharam o PCP pelas costas.
Em ditadura como em liberdade, em tempos negros de fome, miséria e repressão como nos tempos luminosos da Revolução de Abril, os comunistas sempre se bateram em defesa dos direitos e aspirações dos trabalhadores e do povo, contra as políticas que servem aqueles poucos que, à custa da exploração da imensa maioria, amassam crescentes fortunas. Esta opção é outra marca constante do longo percurso do Partido Comunista Português.
Esperança e confiança
Portugal está hoje a viver o mais dramático período da sua história desde os tempos do fascismo. O «memorando de entendimento» assinado entre a troika nacional (PS, PSD e CDS) e a troika estrangeira dos especuladores (FMI, UE e BCE), levou ainda mais longe a política de direita que há mais de 37 anos se dirige contra tudo o que em Abril se conquistara.
Nos últimos anos, fruto deste pacto de agressão, aumentaram dramaticamente as desigualdades, as injustiças, as falências, o desemprego, a precariedade, a pobreza, a emigração e o País está cada vez mais dependente e subjugado. Já os grandes grupos económicos e financeiros prosperam e aumentam os seus lucros e as suas riquezas.
Nestes tempos difíceis, o PCP assume-se uma vez mais como a força da esperança e da confiança. Porque tem as propostas necessárias para romper com a política de direita e construir um Portugal com futuro, de progresso e justiça social; porque está lá, nas empresas e locais de trabalho, nas lutas do dia-a-dia contra o desemprego, a precariedade e as privatizações, pelos direitos; porque, nas freguesias e concelhos, é ele quem mobiliza as populações contra o encerramento de serviços públicos e em defesa dos seus anseios; porque são os seus eleitos que, nas autarquias, na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu, são porta-vozes dos interesses populares.
Nestas páginas, procuramos proporcionar aos leitores – de forma necessariamente sucinta – uma «visita guiada» ao interior do Partido Comunista Português, e aguçar o apetite para a (re)descoberta da sua história, do seu projecto, da sua natureza e identidade. Desejamos assim contribuir para uma militância qualitativamente melhor e mais consciente e incentivar os que ainda o não fizeram a aderir ao PCP. Porque este é, sem dúvida, o Partido que vale a pena.