Trabalhadores dos serviços gerais da ANA,
Grande firmeza na luta
Os trabalhadores do serviços gerais da ANA voltaram a convocar um greve desta vez de 48 horas, nos dias 1 e 2 deste mês, depois da grande greve realizada no passado dia 15 de Junho. Concentram-se à porta do metro do Aeroporto no dia 1. Do PCP esteve uma delegação para ouvir e dar força a sua luta.
Fica claro para quem lá esteve, que quando os trabalhadores se apercebem da sua força, e entendem que podem alcançar os seus objetivos, é como se “tornassem num punho de aço”, pronto a quebrar qualquer barreira que se lhes atravesse à frente.
O caderno reivindicativo pelo qual lutam, defende três pontos: 1º uma jornada de quatro dia de trabalho com dois dias de folga, 4×2 (em vez dos seis dias de trabalho com dois dias de folga, 6×2), 2º um subsidio de turno, e 3º um subsidio de transporte. Reivindicações simples e mais do que justas.
Ouvimos dos trabalhadores que a logo na primeira reivindicação a empresa Samsic, que é a empresa que prestadora do serviços que assegura os serviços gerais, diz que para cumprir o horário 4×2 teria de contratar mais trabalhadores, cerca de mais 1/3 dos que já existem, e que os custos seriam muito mais elevados, e têm de ser renegociado com a ANA.
Ora tiramos logo duas conclusões, uma é óbvia, quantidade de horas que estes trabalhadores fazem a mais com este horário. Por outro lado o abuso é tão grande fica clara a vontade predatória da Samsic, em sacar o máximo de dinheiro do cliente ANA.
A Samsic e a ANA, já bem cientes da firmeza destes trabalhadores e preocupados com os efeitos da greve decidiram decretar serviços mínimos. Que o ministério do trabalho teve a leveza de aceitar quando na limpeza não há serviços mínimos muito menos no aeroporto, de acordo com o que disse a dirigente sindical STAD, Vivalda Silva, durante sua intervenção na concentração. Trata-se do atropelo e que têm de ser denunciado.
Mas os serviços mínimos foram decretados, e os trabalhadores de forma conscienciosa cumpriram, apesar de aqueles que estavam a cumprir os serviços mínimos antes de entrar ao serviço, estarem na concentração com os colegas. A empresa durantes estes dois dias está a garantir o serviço através vigilantes do aeroporto, da empresa ICTS e pelos policias da PSP, que têm de fazer o seu trabalho e o dos trabalhadores dos serviços gerais.
Fica a pergunta se estes trabalhadores são tão imprescindíveis para serem decretados serviços mínimos, e se têm de pôr os vigilantes e os Policias a fazer as suas funções, porquê que não se dá a dignidade a estes trabalhadores, o direito a um salário digno e um horário digno?
E quando a firmeza é grande e existe organização, nunca se joga o tudo ou nada, já no final eram vários que afirmavam, “se não nos ouvem vamos à terceira”, Terceira greve, apontando os caminhos da luta organizada, e da unidade dos trabalhadores para o sucesso do seu caderno reivindicativo.