Integrado na campanha “Viver Melhor na Nossa Terra”, a Concelhia de Odivelas do PCP promoveu no passado dia 25 de um Encontro sobre os cuidados de Saúde no Concelho de Odivelas, com o lema “Salvar o SNS e combater o negócio da doença”.
O encontro contou com a participação de cerca de 70 de pessoas, tendo-se registado diversas intervenções onde foram dados testemunhos sobre dificuldades no acesso aos cuidados de saúde.
O encontro transmitiu uma saudação aos profissionais de saúde (Médicos, Enfermeiros; Administrativos e Auxiliares), que trabalham em condições de grande exigência, sujeitos a uma imensa pressão devido à escassez de pessoal para responder às necessidades da população.
Afirmou-se a importância do SNS, como uma das mais importantes conquistas da Revolução de Abril, que garantiu um progresso avassalador em vários indicadores de saúde de que são exemplo a diminuição da mortalidade infantil e da mortalidade materna e o aumento da esperança de vida à nascença.
Há décadas que a política dos sucessivos governos tem sido o desinvestimento no SNS, abrindo as portas ao “negócio da doença” numa relação directa entre a degradação do Serviço Público e o crescimento do sector privado, à custa das transferências do estado que correspondem a 40% do orçamento da saúde.
Em resultado dessa política, no concelho de Odivelas cresce o número de utentes sem médico de família que atinge 45.017, quando há 2 anos eram cerca de 12.500.
O acesso aos cuidados de saúde e as condições de trabalho dos profissionais são de uma desigualdade gritante. Enquanto nas Unidades de Saúde Familiar (USF) todos os utentes têm médico atribuído, nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), a falta de médicos obriga os utentes a passarem horas ao frio e à chuva, em plena madrugada, para tentar obter uma consulta.
É assim em Caneças, Famões, Odivelas e Urmeira, onde a esmagadora maioria dos utentes não tem médico de família.
O concelho precisa de, pelo menos, 26 médicos para dar resposta aos milhares de utentes sem médico.
Também a situação do Hospital de Loures, que num ano perdeu 61 médicos, 51 enfermeiros e 40 técnicos de diagnóstico, exige medidas concretas que garantam o recrutamento dos profissionais em falta, a valorização das carreiras e dos salários.
Ao contrário do que se ouve por parte dos responsáveis autárquicos do PS em Loures e Odivelas, fazendo a apologia do regresso à Parceria Público Privada, afirmamos que o problema daquele Hospital é a falta de profissionais que o governo teima em não contratar.
Porque é preciso salvar o SNS, o PCP continuará a sua acção exigindo medidas que garantam médico e enfermeiro de família para todos os utentes; a valorização das carreiras e salários dos seus profissionais; a contração de médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais; dar condições de trabalho às UCSP; dotar as unidades de saúde com meios de diagnóstico.
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