Assinalou-se ontem, dia 18 de Abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.
Sensibilizados por esta data olhámos com mais atenção para os Monumentos e Sítios deste concelho.
Desta observação concluímos que Odivelas, não serve de exemplo na conservação do seu património.
Vindos da Calçada de Carriche, encontramos logo à entrada do Concelho de Odivelas o Padrão do Senhor Roubado. Apercebe-mo-nos que a sua conservação há muito deixou de existir e de quando em vez um curioso faz uma pintura tosca nos seus muros. Também constatamos que passou a ser zona de culto onde predominam lamparinas de azeite, penetrando este nas pedras do monumento, tornando-o sujo e aquele espaço degradado. Mas o que choca quem ali se desloca é o total estado de abandono que caracteriza não só o monumento mas todo o espaço envolvente. Contentores do Lixo muito próximos, são seguramente quatro, mais um ecoponto com quatro unidades. Mesmo ao lado num espaço a que alguns chamarão jardim, está um posto de transformação da EDP com grafites, instalado no ponto mais relevante que o próprio espaço envolvente do monumento. Afastado talvez uns vinte metros, encontramos um fontanário que faz parte do conjunto monumental a que nos referimos e que não teve melhor sorte.
No meio desta desarrumação existe erva a imitar relva com meia dúzia de arvores raquíticas e outros tantos bancos a que, um dia, alguém chamou jardim. Os azulejos valiosos que outrora terão sido belos, estão hoje na sua maior parte picados, provavelmente pelas pedras que saltam devido ao trânsito. Adivinha-se que ainda recentemente existia uma cancela à entrada do monumento, que embora não impedisse as pessoas de lá entrar, não é isso que se pretende, acrescentava ao local alguma dignidade.
Quem não consegue estacionar no parque do Senhor Roubado, encontra naquele espaço estacionamento. São carros nos passeios, junto á entrada do monumento, em qualquer “buraco” está um carro. Quando passamos é difícil perceber que no meio daquela confusão e anarquia existe ali um monumento tão importante, datado do século dezoito. Não entendemos porque é que este espaço não tem sido estimado e nem sequer foi contemplado no Projecto do PROQUAL perdendo-se a oportunidade da sua recuperação e conservação.
Com este exemplo queremos trazer hoje a esta reunião de Câmara a nossa preocupação pelo estado de abandono a que está votado o património deste Concelho.
Mas podemos falar ainda da estação Arqueológica da Serra da Amoreira, classificada pelo Ministério da Cultura em 1997 e ainda hoje não está localizada e assinalada. O Município de Odivelas nunca se preocupou com a sua existência.
A Anta das Pedras Grandes no Bairro do Casal Novo em Caneças, monumento nacional desde 27/3/1944 é também parte do Património deste Concelho cuja protecção exige a atenção da Câmara e nada de significativo tem sido feito.
O Património no Concelho de Odivelas, para além de não estar a ser protegido e cuidado, as zonas que o envolvem estão abandonadas expondo-os à degradação e ruína.
Quem não cuida do seu Património esquece as suas raízes.
Odivelas, 19 de Abril de 2006
Os vereadores da CDU