MOÇÃO
Quando os trabalhadores comemoram todos os anos, em Portugal, o dia que lhes é mundialmente consagrado, o dia 1.ºde Maio, não estão a cumprir um simples ritual, como alguns bem pensantes e bem instalados poderão julgar.
Na verdade, ao lembrarem e homenagearem os heróicos trabalhadores que, em 1886, em Chicago, deram a sua liberdade e muitos a própria vida na luta pela consagração da jornada diária de 8 horas de trabalho, os trabalhadores portugueses não estão apenas a festejar uma data mas, sobretudo, a continuar a luta daqueles seus companheiros, a resistir à ofensiva dos que pretendem fazê-los regressar aos tempos da barbárie, com o beneplácito, se não com a cumplicidade, de governos dirigidos por partidos ditos democráticos.
Os trabalhadores portugueses sabem hoje, 120 anos decorridos sobre aquela luta que conduziu ao posterior reconhecimento do direito a um horário de trabalho não esclavagista, que têm de redobrar a atenção para que esses tempos não regressem, ainda que de forma encapotada.
Fala-se hoje muito em modernidade. E é em nome dessa modernidade que se assaltam os direitos de quem trabalha, reduzindo-se-lhes os salários e outras prestações pecuniárias, retirando-se-lhes regalias sociais e aumentando-se-lhes a carga horária de trabalho, a idade exigida para a obtenção da reforma, etc.
Isto é, os novos e modernos governos querem conduzir-nos em passo acelerado rumo ao século dezanove, muito felizes porque são aplaudidos até à exaustão pelos grandes senhores do capital.
Assim:
- Porque cabe aos trabalhadores defender o presente para garantir o futuro;
- Porque, defendendo os seus direitos, os trabalhadores estão a defender a dignidade do país e a contribuir para a construção de uma sociedade verdadeiramente mais justa e mais fraterna;
- Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Odivelas, propõem à Assembleia Municipal reunida em 1ª reunião da 2ª sessão ordinária, em 20 de Abril de 2006, que decida:
Saudar todos os trabalhadores portugueses por ocasião de mais um aniversário do 1.º de Maio e manifestar-lhes a sua total solidariedade para com a sua luta por melhores condições de vida e de trabalho;
Odivelas, 20 de Abril de 2006
Joaquim Campos, Deputado Municipal da CDU
De destacar que a moção sobre o 1º de Maio, apresentada pela CDU foi rejeitada por maioria, com os votos contra dos eleitos do PS e PSD, assim se vê estes partidos defendem os interesses dos trabalhadores…
Mais interessante ainda foi que o PSD disse que votaria a favor da moção se fosse retirado a última parte da segundo parágrafo e todo o terceiro parágrafo.