Transportes Coletivos na Ramada

Em nome da honestidade intelectual que pauta as minhas intervenções começarei por referir que nada me fará trair a confiança dos eleitores que me elegeram.
 
Nesse pressuposto, deixo aqui bem claro que não conheço ninguém que esteja satisfeito com o serviço prestado pela rodoviária. Eis um caso raro de unanimidade.
 
De forma totalmente unilateral, alterou percursos, reduziu uma carreiras, eliminou outras, prejudicando sempre os mesmos, os passageiros.
 

O governo PSD/CDS-PP não olha a meios quando se trata de preparar empresas para a privatização. Chama-se saneamento financeiro. Sim, porque em Portugal a iniciativa privada prefere áreas de negócio livres de riscos ou encargos. É assim com a banca, digamos até que esta é mais uma triste imagem de marca deste governo. E vale tudo, inclusive tirar olhos: atentemos nos aumentos exorbitantes dos passes. O que aconteceu também aos estudantes, à 3ª idade…
 
É por estas e por outras que há sectores estruturantes e estratégicos que não deveriam sais da alçada do Estado. Está aqui mais um belo exemplo que as populações nada beneficiam com privatizações.
 
Falemos da Ramada em particular. Ninguém escapa. Que o digam os moradores do bairro do Girassol, que há tanto tempo reivindicam o prolongamento da 222. Esta carreira passa a terminar na Pontinha aos fins-de-semana, entre as 10 e as 19 horas.
 
Bairro de S. Jorge: falta repor o percurso e recolocar paragens. Faltam carreiras para quem tem os seus filhos na escola Eça de Queirós e não tem transporte próprio. É urgente ligar este bairro via Serra da Amoreira para servir que por aqui reside.
 
A 220 A foi eliminada. Continua a faltar uma carreira com um itinerário que sirva quem tem desse deslocar entre a Ramada de Baixo e as escolas, a USF e as Granjas Novas.
 
Chegar ao hospital Beatriz Ângelo é uma autêntica cruzada, em dinheiro e em tempo.
 
Bons Dias – A carreira 211 é um caso exemplar de maldade. Só pode. Uma carreira que em menos de meia hora ligava a Ramada ao Campo Grande. Agora, a carreira vai até ao metro de Odivelas. E quem quiser continuar paga mais e demora mais tempo. Só aos dias úteis. A 934 que veio substituir a 211 aos dias úteis e fins-de-semana não serve. O percurso é mais longo, tem muito mais passageiros e menos carreiras.
 
É sabido que os idosos portadores de doença crónica já só têm dinheiro para comprar os bilhetes pré-comprados à conta para irem ao hospital, tal foi o aumento dos preços dos passes.
 
Alegar razões financeiras para justificar tudo isto é impróprio de quem deveria defender o interesse público e não o faz.
 
Esta é mais uma prova que o capital nunca foi social.
 
Que ninguém se iluda!
 
Odivelas, 8 de Novembro de 2012
 
Os Eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Odivelas
O Presidente da Junta de Freguesia da Ramada
Francisco Bartolomeu.

17ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Odivelas