O estado dos transportes públicos no concelho de Odivelas

Desde há cerca de ano e meio, com a chegada da “troika” e do novo governo PSD/CDS-PP que os munícipes têm vindo a ser “presenteados” com sucessivas alterações à rede de transportes públicos na área do concelho de Odivelas.
 
Primeiro foi o famigerado Plano de Simplificação tarifária e reformulação da Rede de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa que, se não tivesse sido a intensa luta dos utentes dos transportes públicos, a que se juntou o parecer negativo da Câmara, o 36 teria deixado de servir a cidade de Odivelas, a carreira da madrugada teria também deixado de servir o concelho, o metro teria sofrido uma drástica redução do horário, deixando de servir Odivelas e a Pontinha a partir das 21h30.
 

No entanto, o desfecho do referido plano teve consequências na qualidade do serviço prestado pelo Metro que passou a circular com menos carruagens e com a velocidade mais reduzida. Teve igualmente consequências nos custos para a população que com os brutais aumentos dos tarifários verificados em janeiro deste ano, ou seja, quatro meses após os primeiros, que se registaram em agosto de 2011.
 
O objetivo claro é tornar lucrativas as empresas públicas de transportes para as entregar ao capital privado. É significativo que os resultados operacionais do Metro de Lisboa, em ano e meio, tenham atingido os 9,8 milhões de euros, o que foi feito à custa dos utentes e da redução do número de trabalhadores.
 
Quanto à Rodoviária de Lisboa assistimos no passado mês de agosto a “reajustamentos” que se traduziram no agravamento do serviço prestado à população. Metade das carreiras sofreram redução, algumas das quais drásticas, tendo passado para metade das circulações e aumentando o intervalo de frequência, o que se traduz no aumento do tempo de deslocação dos passageiros.
 
Carreiras como a 205, que fazia o percurso entre o Sr. Roubado e o Colégio Militar via Serra da Luz, passou a terminar na Pontinha, à exceção das 2 primeiras carreiras da manhã ou a 211, que era uma carreira rápida, que em cerca de 20 minutos transportava os passageiros dos Bons Dias para o Campo Grande e passou a terminar no metro de Odivelas. Os utentes desta carreira, além de demorarem mais tempo a chegar ao seu destino, viram os seus custos ainda mais onerados, pois também tiveram de mudar de título de transporte.
 
Outro aspeto foi a alteração dos percursos de uma série de carreiras que no período noturno e aos fins-de-semana passaram a terminar no metro de Odivelas em vez do terminal habitual, no Sr. Roubado. Algumas delas parece que fazem “um percurso turístico dos super e hipermercados”.
 
Também os transportes para o hospital de Loures estão longe de responder às necessidades da população do concelho, pela sua escassez, pelos percursos e horários, pelos custos que acarretam.
 
Muitos outros exemplos poderiam ser mencionados mas preferimos deixá-los para o debate.
 
Terminamos com a convicção de que da nossa parte, eleitos da CDU, tudo faremos para combater estas políticas que não servem os interesses das populações e o seu direito a disporem de condições de mobilidade.
 
Lutaremos contra a privatização das empresas públicas de transporte, condição fundamental para que o serviço prestado às populações não seja prejudicado em função dos interesses lucrativos das empresas, como hoje se verifica com a Rodoviária de Lisboa.
 
Odivelas, 8 de Novembro de 2012
 

Os Eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Odivelas

17ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Odivelas