Proposta de Protocoo com a Associação Sénior de Odivelas para a criação da "Universidade Sénior de Odivelas"
Temos esperança que a celebração deste Protocolo possa corresponder às expectativas dos Odivelenses. Por um lado, para todos aqueles que as condições de vida se reflectiram nas suas trajectórias escolares, “expulsando-os” precocemente do sistema educativo ou “obrigando-os” ao seu abandono e que apresentam níveis de escolaridade bastante baixos. E, por outro lado, aqueles que vivem o final da sua vida activa. Referimo-nos, aqui, aos reformados que se confrontam com a alteração mais ou menos profunda das suas vidas, nomeadamente a alteração do ritmo de vida e da noção de tempo baseado na organização do tempo de trabalho.
Entendemos que a “Universidade Sénior” deve proporcionar a uns e a outros espaços de aprendizagem não formal e de convívio, partilha de “saberes”, desenvolvimento de redes de sociabilidade e de solidariedade informais, bem como promover acções de voluntariado. Estas são as dimensões que enfatizamos dado o seu valor social para toda a comunidade.
No que se prende com os espaços das aprendizagens defendemos que se respeitem os ritmos, os tempos e as vivências das pessoas idosas através do aprofundamento da problemática da educação de adultos idosos.
Por isso, é imperioso que a “Universidade Sénior” centre as suas actividades em função das necessidades específicas dos que a frequentam, quer seja ao nível da alfabetização, por exemplo, ou na vivência do tempo de vida “não activa” de uma forma plena, desenvolvendo projectos educativos e culturais nos quais cada indivíduo se reveja e participe.
Insistimos que o papel social da “Universidade Sénior” se afaste do modelo dos designados “Centros de Dia” e se distancie da representação do “idoso” como um indivíduo com poucas capacidades físicas e/ou intelectuais, doente e pobre. Outro grande objectivo desta Universidade deverá ser o afastamento do modelo da “escola”, no sentido mais tradicional do termo.
Defendemos, pois, que a “Universidade Sénior” contribua de uma forma positiva na construção e promoção da imagem da pessoa, apresentando-a como estando ainda no pleno gozo das suas capacidades de aprender, assim como de muitas outras potencialidades.
Esperamos, assim, que esta Universidade na sua especificidade contribua para a melhoria qualitativa do tempo de vida “não activo” das pessoas mais idosas, no que respeita às adaptações a um novo ritmo de vida, à valorização das aprendizagens já adquiridas, à realização de novos desafios e à concretização de oportunidades e realização de projectos e desejos adiados.
Por tudo isto, VOTAMOS SIM!
Odivelas, 07 de Maio de 2007.
José Manuel Tudela, Deputada Municipal da CDU