No passado dia 31 de Agosto a empresa Manuel Nunes&Fernandes II, que tinha sede no concelho de Odivelas, encerrou as suas portas empurrando para o desemprego mais 460 trabalhadores. No nosso concelho, para além da sede da empresa, funcionava o Cash&Carry e correspondeu a cerca de mais 100 trabalhadores sem posto de trabalho.
Mas, infelizmente o encerramento de empresas, sejam de grande, média ou pequena dimensão é uma triste realidade com que nos deparamos no concelho e em particular na Freguesia de Odivelas.
Com estes encerramentos aumenta o desemprego, as dificuldades económicas e sociais, sendo que Odivelas é já hoje um dos concelhos da área metropolitana de Lisboa com maior número de desempregados e onde os rendimentos do trabalho são dos mais baixos.
Basta uma pequena volta pela freguesia para verificarmos as dificuldades que o sector do comércio e serviços se depara. Esta situação é, para nós, motivo de grande preocupação já que este é o principal sector de actividade na freguesia.
Reconhecemos que as dificuldades das empresas portuguesas de comércio e serviços são muitas e resultam, em primeiro lugar, da política que tem vindo a ser conduzidas ao longo dos anos, agora agravados com o pacto de submissão e agressão assinado com a troika, de brutal redução do poder de compra dos trabalhadores e da população portuguesa que advém do:
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Aumento de impostos.
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Aumento dos preços dos bens essenciais.
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Desemprego.
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Desvalorização dos salários e pensões.
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Congelamento de salários.
Perante todo este cenário de retrocesso económico e social no concelho e na freguesia – PSD, CDS e PS têm “assobiado” para o lado por estarem comprometidos com a política que têm vindo a conduzir e a impor ao país.
Um dado novo foi colocado aos portugueses – O programa de submissão e de agressão aos trabalhadores e ao povo português que PSD, CDS-PP e PS assumiram perante a UE e FMI. Um programa com novas e mais brutais medidas de diminuição dos rendimentos dos trabalhadores e reformados, através de um vasto conjunto de medidas directas e indirectas de desvalorização geral dos salários e pensões, incluindo o congelamento do Salário Mínimo Nacional. De ataque aos direitos laborais dos trabalhadores. De redução drástica e desvalorização dos apoios sociais, nomeadamente aos desempregados. De degradação e cortes brutais nas funções sociais do Estado que vão degradar o sistema de segurança social, os sistemas públicos de saúde, da educação e ensino com o objectivo de transformar direitos próprios de cada português à saúde, à educação, à protecção social no desemprego, na doença e na velhice numa política de caridade pública e privada.
Um programa que visa provocar um aumento inaceitável da carga fiscal sobre o trabalho e os bens de consumo em benefício dos rendimentos de capital. Que pretende promover um agravamento violento dos preços de bens e serviços essenciais, como a energia, os transportes, a saúde, na habitação com impacto enorme na vida das famílias das classes e camadas populares e intermédias da população.
Um programa que avança com um conjunto de privatizações de empresas e serviços públicos, ampliando a entrega da riqueza nacional e do controle da nossa economia aos grandes económicos e cada vez mais ao estrangeiro.
Um programa que dá cobertura e pretexto a uma ofensiva contra o Poder Local democrático.
Perante a mais gigantesca ofensiva de que há memória contra os direitos dos trabalhadores e do povo português, perante a política de desastre nacional em curso e que ameaça conquistas e avanços civilizacionais, que compromete a independência e a soberania nacional, a resposta necessária, combativa e patriótica é a do reforço e intensificação da luta pela rejeição do programa de agressão.
Perante tanta inevitabilidade que querem por aí impor, a única e grande certeza que temos é que a luta pela derrota deste programa de agressão e do governo que o suporta, não só não vai parar, como se intensificará nos próximos meses.
O PCP, honrando o seu compromisso de sempre com o nosso povo e a nossa pátria, assume e assumirá plenamente as suas responsabilidades. Estamos e estaremos lá, onde o nosso povo sofre e se sente atingido na sua dignidade e nos seus direitos.
Mais do que o apelo para a máxima participação na próxima jornada de luta que terá lugar no próximo dia 1 de Outubro, promovida pela CGTP-IN, o PCP assumirá um efectivo empenhamento no contacto e no convencimento de milhares e milhares de portugueses para que façam ouvir bem alto a sua voz e o seu protesto.
Os eleitos da CDU nesta Assembleia de Freguesia apelam à participação da população da Freguesia de Odivelas na manifestação de dia 1 de Outubro a partir das 15H no Saldanha em Lisboa.
Odivelas, 29 de Setembro de 2011
Os eleitos da CDU na Assembleia de Freguesia de Odivelas