Encontramos aquele bairro em situação deplorável.
As ruas estão cheias de lixo, os passeios cheios de ervas, em volta dos contentores estão amontoados alguns resíduos quase colados ao chão, mostrando que já há muito a limpeza não é bem feita ou mesmo ninguém não passa por ali.
Nas ruas, os buracos são enormes em grande número, não sendo possível a sua eliminação em operações “tapa buracos”. O pavimento tem mais de 30 anos e foi construído pelos moradores com materiais cedidos pela CM de Loures.
O trânsito, que circula com dificuldade devido aos carros estacionados nos dois lados das estreitas ruas, é intenso e como a sinalização é inexistente, por diversas vezes manobras perigosas têm de ser realizadas para dar passagem a uns e a outros. As “velhas” ruas deste bairro servem agora de acesso para a recente urbanização “Colinas do Cruzeiro”, sem que nenhuma melhoria tenha sido feita. Estas ruas não suportam o tipo e a intensidade de trânsito a que estão sujeitas.
Por indicação dos moradores visitámos uma linha de água que está emparedada em alguns troços. No entanto dia-a-dia desloca-se para junto das casas constituindo um perigo e podendo mesmo sujeitá-las ao seu desaparecimento a médio prazo e que se desloca para cima das casas, colocando-as a médio prazo em perigo.
Verificámos que há ruas que só tem esgotos domésticos e há casas abandonadas pelos seus proprietários, mas ocupadas por famílias, cujos esgotos, parecendo fossas correm a céu aberto e junto das quais brincam crianças. Parece que parámos no tempo. O cheiro é insuportável! Só vendo se acredita
Segundo os moradores há um depósito de combustíveis clandestino a funcionar na Rua A, num espaço que supostamente é da Câmara Municipal de Odivelas. Este terreno está ocupado por um dos proprietários do bairro. Dizem que é do presidente da Comissão. É verdade? Pretendemos ser esclarecidos.
Não há espaços verdes neste bairro e o único canteiro existente foi construído pela Junta de Freguesia de Odivelas, no tempo da gestão CDU, há mais de 20 anos, assim como o único equipamento de uso colectivo existente, um parque infantil. Apresenta um aspecto que indicia um certo abandono.
À entrada da Rua da Bela Vista existe um talude com um abatimento e em vias de aumentar, tendo sobre ele duas casas construídas. Se este talude cair, estas casas podem também ruir. Este talude tem partes onde está suspenso pelas raízes das árvores e dos arbustos. Este talude é constituído por rochas fragmentáveis e terreno arável.
Junto a este talude e à paragem do autocarro existia um grande sumidouro que apanhava as águas da chuva, mas que foi eliminado nas obras que foram feitas aquando da implementação do projecto das habitações de realojamento social.
Ainda no Bairro da Arroja, mas agora no designado bairro da Quintinha, deparamo-nos com os esgotos domésticos a correrem para a ribeira a céu aberto cujas margens os moradores limparam para não haverem riscos de entupimento e consequente subida das águas e dejectos que estas transportam. Mesmo ao lado existe uma moradia. Uma situação 3º mundista, com um cheiro horrível e que passa despercebido a quem não vai lá ou não olha para ele com a devida atenção.
Citando os moradores “a Arroja está ao abandono, mas não é de agora os últimos anos parece que não existiram para a Arroja e quem cá vive, pois já há muito que ninguém aqui faz nada. Se calhar pensam que não pertencemos ao concelho.”
De repente parece que voltamos atrás no tempo e que as chamadas políticas de nova geração nunca ouviram falar do bairro da Arroja e, apesar de ainda não ser um bairro legalizado os seus moradores pagam os mesmos impostos que os moradores de outros bairros do Concelho de Odivelas. No entanto, não podemos confundir os que construíram a sua casa para viverem ou os inquilinos, com os que edificaram prédios para a especulação. Estes também têm responsabilidades.
A CDU apresentou já o conjunto destas questões em sessão de Câmara realizada hoje.
Odivelas, 12 de Março de 2008
O Gabinete de Imprensa