Sob o mote “É preciso salvar o SNS do negócio da saúde”, realizou-se uma sessão pública em Loures, promovida pelo PCP, com a participação de Bernardino Soares, membro do Comité Central, e que juntou dezenas de utentes e vários profissionais de saúde.
A situação hoje verificada no SNS, em particular no concelho de Loures, mereceu dos presentes vários depoimentos que testemunham a degradação dos cuidados de saúde primários, ao nível dos centros de saúde do concelho, assim como os cuidados hospitalares, nomeadamente os encerramentos regulares das urgências no Hospital Beatriz Ângelo.
Para além dos relatos sobre as exasperantes condições de trabalho de médicos ou enfermeiros, o crescente número de utentes sem médicos de família e os impactos na dificuldade de obter uma simples consulta, foram também realçados as dimensões particulares que a falta de resposta do SNS tem nos idosos e nas pessoas com deficiência.
Bernardino Soares, na sua intervenção inicial, começou por realçar, no momento em que se comemoraram 50 anos da revolução de Abril, que o SNS é uma conquista da revolução.
Destacou o resultado do desinvestimento continuado no SNS, promovido pelos consecutivos governos do PS, PSD e CDS, que nos trouxe até à actual situação. O emagrecimento do SNS e a desvalorização progressiva dos seus profissionais, teve como consequência directa o crescimento dos privados e o negócio da saúde.
Transferência de verbas e meios para o privado que o governo do PS quer reforçar, cuja prova está na actual proposta de Orçamento de Estado para 2024 que faz aumentar ainda mais as transferências significativamente.
Reflectidos nos diversos testemunhos, Fernanda Santos e Gonçalo Caroço caracterizaram a situação do SNS em Loures, desde os mais de 65 mil utentes sem médico de familia aos frequentes encerramentos das urgências hospitalares. Problemas que têm merecido a intervenção do PCP e a luta dos utentes do concelho. Ao contrário da actual maioria PS/PSD na Câmara Municipal que não só ignora como procurar encobrir as opções e a falta de resposta do governo PS.
Na sua intervenção final, Bernardino Soares reafirmou que é preciso travar este caminho que quer PS, quer PSD, CDS, IL e Chega querem prosseguir de desmantelamento do SNS. Que é hora para mudar de política e que o reforço do PCP e da CDU são a solução. As eleições legislativas marcadas para 10 Março constituem essa oportunidade.
Está nas nossas mãos. O PCP vai continuar a intervir e lutar para salvar o SNS do negócio da saúde. Com os utentes e os profissionais de saúde, o PCP prosseguirá a luta por uma política que sirva e cumpra o desígnio de um SNS reforçado ao serviço do povo e do país.