As greves iniciaram-se no dia 8 de Maio ao fim da manhã em importantes empresas de Alhandra (Cimento Tejo), Santa Iria de Azóia (Covina), Póvoa de Santa Iria (Soda Póvoa), Sacavém (Fábrica de Louça) e tiveram enorme impacto e projecção em muitas pequenas oficinas destas e de outras localidades. Em Sacavém e Alhandra praticamente ninguém trabalhou.
Trabalhadores e população de Sacavém, Camarate, Apelação, Frielas, iludindo as forças repressivas, marcharam até Loures – mais de três mil homens, mulheres e crianças. Trabalhadores do campo de S. João dos Montes, A-dosLoucos, Rondulha, Cotovios e outras localidades de Vila Franca de Xira juntaram-se aos operários que tinham partido de Alhandra, totalizando também mais de três mil manifestantes. As mulheres de Santa Iria tocaram os sinos a rebate. De Vialonga, Tojal e Granja surgiram centenas de manifestantes que se juntaram aos operários da Covina. Foram mais de dois mil os que se deslocaram para a Póvoa de Santa Iria. Invadiram os locais onde ainda se trabalhava e a manifestação atingiu os cinco mil operários e camponeses no seu percurso para Sacavém.
Quatro bandeiras negras e uma faixa “Queremos pão. Queremos comer” encabeçava a manifestação e homens, mulheres e crianças gritavam esse slogan.
A jornada de luta de 8 e 9 de Maio de 1944 juntou, pela primeira vez, numa acção conjunta, operários de empresas com dimensão muito diferenciada, de sectores muito distintos, a camponeses de concelhos e freguesias muito distanciadas que, numa grande afirmação de determinação e grande combatividade, permitiu alcançar os objectivos centrais que os conduziram à luta.
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https://www.pcp.pt/sites/default/files/documentos/2014_exposicao_greves_8_9_maio_1944.pdf