lixo acumulado

Pelo reforço do número de trabalhadores da Higiene Urbana na Câmara Municipal de Lisboa

lixo acumuladoA cidade de Lisboa vive hoje uma situação caótica ao nível da recolha de lixo e limpeza das ruas, que afecta negativamente o dia-a-dia de quem vive e trabalha em Lisboa.

É hoje cada vez mais claro o que o PCP sempre afirmou: a reorganização administrativa da cidade de Lisboa, fruto do entendimento da maioria do PS na CML e AML com o PSD, e à qual o PCP sempre se opôs, levaria a um profundo recuo na resposta aos interesses da população. Para além de outras questões, a reorganização administrativa que levou à extinção de 29 freguesias e à transferência de várias competências para as Juntas de Freguesia, conduziu ao desmantelamento de serviços da CML e à transferência de cerca de 1800 trabalhadores para as Juntas de Freguesia, bem como património, equipamentos e outros meios.

Na área da limpeza urbana, as consequências da reorganização administrativa foram evidentes e são hoje agravadas em períodos de maior produção de resíduos sólidos. Ao nível dos serviços municipais transferiram-se cerca de 600 trabalhadores para as Juntas de Freguesia dando-se a ruptura na capacidade dos serviços de recolha dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que funcionavam em boa medida assentes no trabalho de funcionários que realizavam também a varredura e lavagem das ruas, ao que acresce o desinvestimento verificado há anos na frota da higiene urbana, as deficiências ao nível da organização dos circuitos de recolha e ainda na formação dos trabalhadores. Ao nível das Juntas de Freguesia, existe uma incapacidade premente para dar resposta à limpeza e varredura de ruas o que origina o recurso à contratação de empresas privadas com a consequente precarização dos vínculos dos trabalhadores da área.

Por detrás da retórica utilizada por PS e PSD para justificar o processo de reorganização administrativa em Lisboa – modelo desastroso que agora querem impor ao resto do país através da lei-quadro de transferência de competências – baseada na ideia de proximidade aos cidadãos bem como nas possíveis poupanças na gestão dos serviços, estão as verdadeiras intenções: privatização de serviços, redução do número de trabalhadores, aumento da precaridade dos vínculos laborais e cedência constante a grandes interesses económicos.

O PCP não aceita que a resolução dos problemas hoje existentes com a recolha de lixo passe pela precarização dos vínculos dos  trabalhadores da higiene urbana nas JF  e  defende a contratação, pela CML, de mais trabalhadores e que esta área seja considerada estruturante para que a CML reassuma  as suas responsabilidades voltando a prestar um serviço público de qualidade aos seus munícipes e visitantes e estabilidade e direitos laborais aos seus trabalhadores.

Lisboa, 3 de Setembro de 2018
O Executivo da Direcção da Organização da Cidade de Lisboa do PCP