
Helena Barros, educadora de infância aposentada, 69 anos, regressa como cabeça de lista, depois de
quatro anos a representar a CDU na Assembleia de Freguesia: “Não é por acaso que eu aceitei este desafio há quatro anos e agora voltei a aceitar: é que eu nasci em São Domingos de Benfica, sempre vivi e trabalhei aqui. São Domingos de Benfica é a minha casa e é por ela que eu vou estar aqui”, disse.
A candidata fez o balanço dos últimos quatro anos, com muitas críticas ao executivo da Junta e da Câmara Municipal, ambos do Partido Socialista: “Durante quatro anos estive numa Assembleia de Freguesia que muitas vezes se caracterizou por uma batalha entre PS, PSD e CDS, uma luta em que os interesses partidários eram maiores que os interesses da freguesia. E isso depois reflectia-se na aprovação dos orçamentos. Tivemos três presidentes de mesa eleitos que mudaram entre PSD e PS. Durante quatro anos os quadros de pessoal eram meramente listas de desejos”, explicou.
Isto afectou o trabalho da Junta a vários níveis. Helena Barros realça a precariedade dos trabalhadores da Junta: “A CDU irá continuar a defender os trabalhadores da autarquia, ouvindo-os e procurando dar soluções aos seus problemas. São Domingos é, como podem ver, bonita, verde, mas ao nível da higiene urbana são muitas as lacunas. Não é de estranhar, pois, ao passar as competências que eram da Câmara Municipal para a Junta, não vieram os meios necessários, humanos e materiais, para que essa descentralização se realizasse. Isto não é uma surpresa para nós: a CDU sempre se opôs a esta descentralização.”
A CDU propõe “recursos humanos proporcionais à dimensão da freguesia” e “a efectivação dos funcionários contratados pela Junta, jardineiros e técnicos especializados em substituição das empresas contratadas”. Mas também, no caso da limpeza e higiene urbanas, um trabalho consistente de “sensibilização da população”: “É necessário que todos estejam atentos e não deixem o lixo na rua, mas para haver essa sensibilização tem de haver um trabalho feito pela autarquia.”
A mobilidade também tem sofrido com uma série de decisões unilaterais da Câmara Municipal, como a criação de ciclovias, e o comércio local foi um dos mais afectados: “Foram criadas ciclovias sem qualquer auscultação da população de São Domingos, que levaram à eliminação de um número elevado de estacionamento, quer na zona de Conde de Almoster, quer na zona do IPO. Não houve qualquer contacto com a Assembleia de Freguesia por parte do executivo da Câmara.
O comércio local está a ser muito afectado por estas alterações no tarifário da EMEL”, explicou. A CDU defende, por isso, “a criação de bolsas de estacionamento, uma rede de transportes que permita aos moradores, e aqueles que se deslocam de e para São Domingos de Benfica para trabalhar, não terem que recorrer ao seu carro”.
A CDU propõe a requalificação do Mercado de São Domingos, apoio a colectividades, obras na escola Delfim Santos, mais creches e mais infraestruturas desportivas, promessas por cumprir pelo actual executivo da Câmara. “A creche que vai ser inaugurada agora na Estrada da Luz levou quatro anos a nascer. E já estava em gestação há quatro anos antes. Por alguma razão surgiu agora e estão a surgir creches por Lisboa, estamos em período de eleições e por isso vamos lá inaugurar”, lembrou. Acrescenta a inauguração da esquadra de polícia de São Domingos, “que só vai funcionar a partir de Novembro”, bem como a inauguração do Centro de Saúde do Altos dos Moinhos, “que ainda não está a funcionar mas já foi inaugurado”. São Domingos também aguarda “com muita ansiedade” um gimnodesportivo previsto para a zona do Estádio da Luz. “É a bandeira de todas as reuniões e assembleias. Continua no papel”, contou.
“Continuamos em seco à espera que a piscina apareça e as nossas crianças continuam a ter apenas estes espaços onde brincar e precisavam de espaço para desenvolver a sua capacidade e motricidade”, lamentou.
Para que São Domingos não seja apenas, como tem sido com o executivo PS, uma “freguesia de promessas”, “precisa de mudança” e “com a CDU todos somos agentes dessa mudança”.