Estão recordados dos autocarros que passavam na Av. Cidade Lourenço Marques? A carreira 10, que nos levava até à Praça do Chile; a carreira 31 que tinha como destino o Rossio, assim como o 21, que cobriam uma vasta área de Lisboa.
Posteriormente foram “optimizando” as carreiras com a parceria do Metropolitano de Lisboa. Por exemplo, o 21 deixou de ir até ao Rossio tendo como destino o Saldanha. Depois, surgiu o Metropolitano nos Olivais, transporte ultra-rápido que beneficia muito a nossa freguesia. Mas e os vizinhos da Av. Cidade Lourenço Marques?
Sabemos que na sua maioria os moradores privilegiam as carreiras dos autocarros. Mas quais? Actualmente, temos a carreira 731, a parar em frente aos Bancos/Farmácia/Posto da Polícia. E o 721, que nos levava até Alvalade? Já não percorre a nossa avenida! E era igualmente utilizado para acesso directo ao hospital de Curry Cabral, hospital de rectaguarda da Freguesia. Apenas circulam na Av. Cidade de Lourenço Marques, além do 731, a carreira 759 (Restauradores-Gare Oriente) e a carreira circulatória 779.
Esta redução das carreiras obriga a vários transbordos, que prejudicam as condições de vida dos moradores nas suas deslocações. Alguns moradores, mais idosos, reduziram em muito os seus passeios, para fora dos Olivais. E porquê?
Não têm transportes directos para os seus destinos favoritos de outrora: Alvalade, Areeiro, Praça do Chile e Rossio, por labor ou por lazer foram escolhidos pelos habitantes que povoaram os Olivais na década de 1960/70.
Actualmente, são pessoas de 70 a 80 anos de idade, alguns com pouca força e/ou paciência para mudar várias vezes de transporte até chegar ao seu destino. Por isso, aumentam os casos de isolamento. Claro que não estamos a falar de casos semelhantes aos do interior do País. Contudo, somos uma das maiores Freguesias de Lisboa, com uma grande densidade populacional, com uma percentagem significativa de uma faixa etária acima dos 65 anos.
Passados quase 50 anos, os habitantes da Av. Cidade Lourenço Marques, vêem os seus horizontes mais estreitos, cortada que tem sido a sua mobilidade, nos últimos tempos, graças a politicas anti-sociais implantadas pelos sucessivos Governos, de destruição de sectores em que os transportes públicos assumem um papel muito importante, mas também ao conluio entre CML/JF/Carris/Metropolitano.
Não podemos permitir a redução de transportes públicos sem critério que não seja a redução de custos no serviço público, tornando apetecível uma futura privatização, em benefício de privados e dos bolsos dos administradores das empresas de transporte.