Foi inaugurada, nesta quinta-feira, o serviço “Tram Tour” ligando o Largo Trindade Coelho (Misericórdia) ao Largo do Rato.
Durante anos, a população das várias freguesias servidas pelo eléctrico 24 esperaram em vão que fosse cumprido o protocolo firmado em 1997, entre Câmara Municipal de Lisboa e Companhia dos Carris de Ferro de Lisboa, para a reposição do eléctrico 24.
Durante todos estes anos a Carris recusou cumprir este protocolo alegando não ter material circulante – eléctricos – a menos que fosse encerrada a carreira 18, situação que em devido tempo uniu cidadãos, as então autarquias CDU da Ajuda e Alcântara e os movimentos de defesa do ambiente e transportes públicos, evitando que fosse este o desfecho.
Agora, com preços a rondar os 6 EUR e apenas para turistas, a Carris tem o despudor de já possuir material circulante, sem ter adquirido novo, para dar início a operações de carreira turística.
Não temos dúvidas que, pela impossibilidade de mudança de via, a circulação se estenderá, de facto, da Misericórdia até à Rua Marquês de Fronteira (Campolide), aproveitando toda a linha e catenária recuperada pela Câmara Municipal de Lisboa à luz do protocolo de 1997.
Estamos perante a utilização dos benefícios públicos, que deveriam ser utilizados ao serviço dos utentes em geral e da Carreira 24 em particular, em favor de um lucrativo negócio de turismo promovido na perspectiva do plano de privatização da Carris Tur decidida pelo Governo.
Perante isto, nem Câmara de Lisboa, nem os executivos da Juntas de Freguesia de Campolide ou Campo de Ourique, servidas pela linha de eléctrico da carreira 24, se pronunciaram no sentido de defender os direitos dos utentes.
A CDU repudia veementemente as manobras dilatórias utilizadas pela administração da Carris ao longo destes anos e não aceita que o serviço público seja desvirtuado em favor do negócio de uns poucos.
Público é de todos!!
Privado é só de alguns!!