A aprovação do projeto do Cinema Império, com os votos favoráveis do PSD/CDS e abstenção de PS, CPL e Livre, foi feito com graves consequências para o edifício classificado.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Calos Moedas, correu a conter os danos que uma reação veemente da cidade traz à sua imagem. Foram as 13.000 assinaturas que o abalaram, mas não a intervenção intrusiva sobre o Império. Aliás a emenda não reverte nenhuma acção nefasta sobre o edifício: as demolições de uma boa parte do interior, as construções sobre o palco, a ampliação do último piso.
Como é hábito ‘a grande preocupação’ de Moedas pariu um rato. Por isso a proposta retificada, aprovada em reunião de câmara, que põe a Inspeção Geral das Actividades Culturais (IGAC) a validar o licenciamento de um ‘equipamento cultural’ que será uma igreja, é uma hipocrisia. Nada salva nada repõe. E o problema é que neste mandato o património, e até o classificado estará cada vez mais em risco.
Haja uma cidade de gente bem acordada.