Coligação PSD/CDS/IL e Chega aprovam inaudita concentração de poder em Moedas, à custa de competências da Câmara Municipal

A proposta de Carlos Moedas hoje aprovada por PSD, CDS, IL e Chega constituiu a mais ampla e significativa delegação de competências das últimas décadas.

Esta deliberação afasta da Câmara Municipal a discussão e votação de matérias fulcrais para a vida da cidade, em áreas que vão da gestão orçamental ao urbanismo, passando pela alienação de património, transportes, educação, saúde, ação social, cultura, entre outras.

O PCP apresentou uma proposta, rejeitada por PSD, CDS, IL e Chega, que visava assegurar a continuidade e o reforço da democraticidade do órgão, da sua capacidade de escrutínio e decisão nas referidas áreas, mantendo os termos essenciais das delegações de competências vigentes em anteriores mandatos, com algumas adaptações.

Com a proposta do PCP, manter-se-ia na Câmara Municipal a competência de decidir sobre aspetos como:

  • Alterações orçamentais;
  • Alienação de património, particularmente de imóveis com possível uso habitacional;
  • Licenciamento de operações urbanísticas de impacte relevante e ou semelhante a uma operação de loteamento e limitações à emissão de deferimento de Pedidos de Informação Prévia;
  • Fixação de contingentes no setor do Táxi;
  • Gestão das refeições escolares;
  • Medidas de ação social escolar;
  • Transportes escolares;
  • Atividades de apoio à família no 1º ciclo do ensino básico e pré-escolar;
  • Competências em matéria de habitação, estacionamento, saúde, cultura, entre outras, decorrentes do processo de transferência de competências para os municípios.

Estas são competências sobre as quais o presidente passa a poder decidir sozinho.

O chumbo da proposta do PCP e a opção do Chega de aprovar a delegação de competências de Carlos Moedas configuram um desrespeito pela vontade expressa no recente sufrágio, que não atribuiu maioria absoluta a nenhuma força política.

Caiu, assim, a máscara às forças políticas em questão. Da parte do PCP, contarão com empenhado escrutínio, denúncia e intervenção, para garantir a democraticidade e acerto das decisões a tomar, no interesse da cidade de Lisboa e de todos quantos nela vivem e trabalham.

Consultar a proposta do PCP: