Manuela Bernardino, membro do Secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português, esteve presente em Alhandra, onde participou na Marcha de Evocação do 70º Aniversário das Greves de 8 e 9 de Maio de 1944 no Baixo Ribatejo e na Região Saloia. A marcha teve início às 18h30m, no Largo da Estação da CP, e terminou no Largo 7 de Março.
As Greve de 8 e 9 Maio de 1944
«Em vicissitude das políticas fascistas do Governo de Salazar, agravadas pela Segunda Guerra Mundial, surgiram uma série de lutas pelo trabalho, pelo pão e mais géneros alimentícios que faltavam em todo o país, ou que não eram distribuídos, mas antes açambarcados para uma boa quantidade deles serem enviados para a Alemanha nazi e também para a Espanha franquista» lia-se na exposição da Editorial Avante! que esteve patente ao público durante todo o dia no Largo 7 de Março em Alhandra.
As greves de 8 e 9 de Maio de 1944, marcadas, organizadas e dinamizadas pelo Partido Comunista Português, foram o corolário de todas essas lutas. Milhares de operários e camponeses da região de Lisboa e do Baixo Ribatejo responderam afirmativamente ao apelo do PCP e realizaram dois dias de greve «pelo pão e pelos géneros».
As greves de 8 e 9 de Maio de 1944 tiveram um grande impacto em Vila Franca de Xira, sendo várias as empresas do concelho que fizeram greve: Cimento Tejo (Alhandra), Soda Póvoa (Póvoa de Santa Iria), assim como os trabalhadores do campo de São João dos Montes, Á-dos-Loucos, Cotovios entre outras localidades.
Apesar da repressão, o fascismo viu-se obrigado a ceder. “O fascismo tremeu”, como considerou Alfredo Diniz (Alex), tremeu face à unidade, audácia e combatividade das massas.
Defender os Trabalhadores
Setenta anos depois, urge defender os direitos dos trabalhadores e a soberania do país, como salientou Manuela Bernardino na sua intervenção.
Consequência de 37 anos de política de direita, o país e os trabalhadores estão mais pobres, a exploração acentua-se, crescem as desigualdades sociais. O empobrecimento de largas camadas da população atinge proporções assustadoras, Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Mas tal como há setenta anos, as greves de 8 e 9 de Maio puseram em evidência que, mesmo sob uma feroz ditadura fascista, os trabalhadores organizados e lutando com determinação podem obter conquistas importantes para as suas condições de vida, também hoje é possível lutar e resistir contra a política de direita, por um governo patriótico e de esquerda, por uma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, pelo socialismo.
Uma luta que passará já pelo próximo dia 25 de Maio, data das Eleições para o Parlamento Europeu, que como referiu Manuela Bernardino «Temos que dar mais força à CDU» sendo esta «a única que terá capacidade e vontade para defender os interesses dos trabalhadores e do País, para defender o direito inalienável à soberania e independência, para abrirmos caminho a uma política, patriótica e de esquerda, pelo direito ao desenvolvimento no nosso país».