Numa clara demonstração do descontentamento existente com o estado em que os sucessivos governos deixaram chegar a Linha de Cascais, as ruas da freguesia de Parede assistiram a um desfile de utentes que exigiram investimento público e condenaram a intenção do governo de privatizar a Linha de Cascais. Durante o desfile os manifestantes fizeram-se ouvir: Não, não e não à privatização!
A Comissão de Utentes da Linha de Cascais (CULC), que após o desfile se concentrou no largo 5 de Outubro junto à estação da CP, fez questão de recordar que, devido à degradação do material circulante, a empresa não consegue garantir a segurança dos seus utentes. É disso exemplo o acidente do passado mês de Fevereiro, em que dois comboios descarrilaram, que só não teve consequências mais gravosas pelo grande profissionalismo dos trabalhadores da CP, que conseguiram menorizar os efeitos deste desastre. Por essa razão, urge o investimento público que garanta a modernização da Linha de Cascais e a segurança dos seus utentes.
A FECTRANS, através de José Manuel Oliveira, declarou que a realidade do Concelho reflete a ausência de uma política de transportes que sirva os reais interesses da população. Aproveitou, igualmente, para desmascarar o mito das privatizações, que apenas servem para piorar e encarecer o serviço de transportes. Também os utentes do serviço rodoviário da empresa Scotturb marcaram presença, defendendo transportes públicos de qualidade e ao serviço da população.
No final da concentração foi aprovada uma moção onde se exige ao Governo o “urgente e imediato investimento na Linha de Cascais, com vista à sua modernização e normalização à restante rede da CP, garantindo o serviço e o sector públicos , de qualidade, livres da gula da especulação bancária e dos agiotas, respeitando o direito à mobilidade das populações dos concelhos que serve e a sua segurança.”