OUTRO RUMO É PRECISO!
Jorge Humberto
Passados mais de dois anos desta governação PS, é cada vez mais evidente a crescente desilusão daqueles que deram a maioria absoluta ao Partido Socialista e neste depositaram esperanças num futuro melhor!
Hoje perguntamo-nos: onde param as promessas de criação de mais 150 000 postos de trabalho?
Os dados do INE, vindos a público esta semana, revelaram que o número de trabalhadores no desemprego, ascende a 480 mil, o maior dos últimos 20 anos.
Onde param as promessas de um razoável aumento das pensões para os Reformados mais necessitados que, segundo Sócrates, se estimava em 300 000?
Quem lucra com o substancial aumento do custo de vida?
A resposta a estas e outras interrogações encontramo-las num conjunto de medidas que o actual governo tem tomado e que a vida se encarregou de nos mostrar serem profundamente injustas, porque infelizmente acentuaram as desigualdades e as injustiças sociais e por isso tornaram mais difícil a vida daqueles que vivem do seu trabalho ou da sua reforma.
O apelo feito repetidas vezes para que nos sacrifiquemos em nome do equilíbrio das contas públicas tem-se revelado uma enorme mistificação: grandes sacrifícios, sim, mas só para os trabalhadores e a generalidade dos pequenos e médios Empresários, enquanto, e em contraste os grandes grupos financeiros não param de acumular lucros fabulosos. Os cinco principais Bancos Portugueses e as Empresas EDP, PT, Galp e Sonae somaram lucros superiores a 5.3 mil milhões de euros, ou seja mais 15% que em 2006, à custa do endividamento das famílias, das altas taxas de juro e dos desmesurados aumentos que se reflectem nas facturas da Electricidade, Telefone, etc, que cada um de nós tem que pagar no final de cada mês. Quem beneficia desta situação?
Uma minoria, ou seja, aqueles que todos dias usam e abusam dos grandes meios de Comunicação Social para propagandearem modelos que já provaram estarem esgotados e que apenas servem para esconder os verdadeiros privilegiados: investidores especulativos, grandes accionistas e os quadros dirigentes das grandes empresas, que aumentaram os seus salários, entre 2000 e 2005, em 220%. É obra. Para estes, é claro, não há dificuldades.
Acresce a tudo isto o facto de estar em marcha um seríssimo ataque aos Serviços Públicos com o encerramento de inúmeras unidades de saúde, escolas, tribunais e o desmantelamento de funções do estado, com vista à sua privatização, criando maiores dificuldades ás pessoas.
Os trabalhadores por conta própria, em tempo parcial e em trabalho precário somam 40% do total dos trabalhadores portugueses.
Mas a gula dos senhores do dinheiro quer mais! Quer a Flexigurança, cujo conceito mais não é do que a aplicação de um conjunto de normas destinadas a ampliar as possibilidades do Patronato despedir com inteira impunidade e impor arbitrariamente alterações nos horários, remunerações, vínculos e carreiras e são parte integrante da assumida intenção do governo de desregulamentar a Legislação Laboral.
Os trabalhadores têm muitas e fortes razões para lutar e exigir uma política económica e social alternativa, que inverta o rumo que o País está levar, que garanta o desenvolvimento e promova mais justiça social.
É o momento de dizer basta e de fazer ouvir a voz e o protesto de todos os que sentem a injustiça dos baixos salários, do desemprego, da precariedade, das baixas reformas e pensões e do aumento do custo de vida. Temos direito a uma vida melhor!