Foi há 35 anos, a 12 de Julho de 1973, que a Polícia de Intervenção carregou sobre os trabalhadores da TAP em greve. A luta e a resistência obrigaram finalmente a polícia a recuar nesse dia, e apesar de muitos deles terem terminado nas masmorras da PIDE, no confronto entre os trabalhadores em luta e o fascismo, estava perto a madrugada que culminaria 48 anos de resistência. Em ler mais publicamos a nota da CT da TAP alusiva a esta data.
12 DE JULHO DE 1973 NA TAP
ONTEM COMO HOJE – LUTA E UNIDADE
ONTEM COMO HOJE – LUTA E UNIDADE
Já lá vão 35 anos e, no entanto, a luta travada pelos trabalhadores da TAP pela consagração de um conjunto de direitos justos que veio a consumar-se pela assinatura do Acordo de Empresa, merece ser hoje lembrada.
Naquela altura, o regime fascista conservava e utilizava todos os instrumentos de controle e repressão dos trabalhadores, nomeadamente a polícia política (PIDE) e as outras polícias, a censura, os tribunais de excepção, a não homologação de direcções sindicais eleitas, proibição da greve, etc. No caso da TAP, a repressão atingiu foros extremos, com a polícia de choque a invadir as instalações da companhia, a carregar sobre os trabalhadores em greve e a persegui-los até aos hangares, sendo obrigada por fim a retirar perante a resistência e determinação com que deparou. Alguns desses trabalhadores em luta foram presos e torturados na sede da Pide.
A instauração do regime democrático em 1974, fruto de imensas lutas do povo português, abriu o caminho para a liberdade sindical, o direito à greve, o direito à contratação colectiva e muitos outros que hoje o Governo visa restringir ou eliminar com as alterações ao Código do Trabalho.
A actual Administração da TAP mostra-se relutante em aceitar a negociação aberta e franca com os Sindicatos, optando por actos de gestão e declarações alarmistas na imprensa, criando assim um clima de preocupação e de instabilidade no seio da Empresa.
Como afirmámos em comunicado anterior, o futuro constrói-se com mais solidez quando se reflecte sobre o passado.
Há que reflectir e ponderar que a perda de direitos não é uma inevitabilidade. Antes pelo contrário, os direitos são o resultado de muitas lutas travadas pelas gerações que nos antecederam e também nós seremos capazes de os defender. A experiência demonstra ainda que a unidade dos trabalhadores é fundamental para atingir os seus objectivos.
Saibamos honrar o legado dos que enfrentaram a repressão da polícia de choque e impor o respeito pelos nossos direitos e interesses.
Lisboa, 9 de Julho de 2008 A Comissão de Trabalhadores da TAP Portugal