Intervenção da OR de Lisboa no XVIII Congresso
Luta e Partido são constantes na actividade da ORL nos últimos 4 anos.
Luta contra as políticas de direita do Governo PS que têm tido reflexos extremamente negativos no Distrito.
Luta da classe operária e de todos os trabalhadores por aumentos
salariais, contra a retirada de direitos, contra o Código do Trabalho,
a desregulação de horários e a precariedade, na defesa dos postos de
trabalho, contra a privatização das empresas e a destruição do aparelho
produtivo, em defesa dos Serviços Públicos e contra a destruição das
funções sociais do Estado.
Milhares de trabalhadores dos mais diversos sectores têm estado em
luta no distrito de Lisboa – Administração Pública Central e Local,
Professores, Enfermeiros, Hotelaria, Comércio e Serviços, Transportes,
Comunicações, Cerâmica e Vidro, Têxteis, Metalurgia, Química, entre
outros. Pela resistência e coragem demonstradas, pelo grau de unidade e
determinação queremos destacar a luta dos trabalhadores da Pereira da
Costa, com mais de 150 dias de vigília à porta da empresa, da Sorefame
e da Opel em defesa das empresas, da Valorsul pelo direito à greve
apesar da repressão policial e a solidariedade com trabalhadores dos
SMAS de Loures, da Cerâmica Torreense e de um dirigente do Sindicato da
C. Civil.
Cabe aqui referir o papel do MSU no Distrito e a acrescida
responsabilidade aí demonstrada pelos comunistas com o objectivo
principal do reforço da estrutura sindical na base e a acção
reivindicativa.
Mas vieram também à luta as mulheres em defesa dos seus direitos, a
Juventude contra a precariedade laboral e pelo direito ao trabalho, os
reformados pelo aumento das pensões, os intelectuais e muitas outras
camadas de assalariados.
As populações que em defesa dos seus direitos se têm levantado em
pequenas e grandes acções. Na saúde, em defesa do SNS; na educação, em
defesa do sistema público de ensino; por melhores transportes e
acessibilidades; por uma habitação condigna; em defesa do ambiente, e
por uma maior segurança das populações.
Na preparação do XVIII Congresso na ORL realizaram-se 324 reuniões com
4132 presenças. A opinião geral é que as teses fazem uma análise
correcta da realidade que se vive em Portugal e no Mundo e dos caminhos
a prosseguir tendo em conta os objectivos do Partido.
As questões mais discutidas centraram-se na crise do capitalismo na
actualidade do socialismo, na critica à política de direita do PS, na
alternativa política, no combate à Lei dos Partidos e no reforço do
PCP.
É de salientar, em particular, a concordância nos elementos centrais
para uma nova política económica e social com o papel do Estado e com a
reversão ao sector público, por nacionalização e/ou negociação de
empresas e sectores privatizados afirmando um Sector Empresarial do
Estado forte e dinâmico.
As decisões do XVII Congresso tiveram reflexos muito positivos no
colectivo partidário do distrito, criando dinâmicas de confiança e
determinação, estimulando uma maior participação e empenhamento dos
comunistas na vida partidária e na concretização das medidas de reforço
orgânico, indispensáveis para o aumento da força e prestígio do Partido
e para a dinamização da luta de massas.
Concretizando o movimento geral de reforço da organização «Sim, é
possível! Um PCP mais forte», a ORL deu passos importantes. 1465
recrutamentos (dos quais 527 em empresas), 182 Assembleias,
responsabilização de mais 714 camaradas, mais 505 Avantes vendidos,
mais 379 camaradas organizados nas empresas e locais de trabalho, um
maior número de camaradas a pagar quotas são alguns dos avanços mais
significativos.
A continuada destruição do aparelho produtivo levou ao
desaparecimento de muitas células mas estamos a fazer um grande esforço
para chegar a muitas empresas e aí criar organização. Registamos
avanços na organização nas Grandes Superfícies e entre os trabalhadores
da Portaria e Vigilância e nos Professores.
Hoje a ORL conta com 16.500 militantes organizados em 10 sectores
profissionais e 16 organizações concelhias, em mais de 500 células de
empresa, de freguesia e de bairro.
É com este colectivo de comunistas, conscientes do muito que há por
fazer, das dificuldades objectivas e dos obstáculos existentes, mas com
a compreensão política de que a organização é uma tarefa permanente e
um instrumento essencial para a intervenção e para a luta que, na V
Assembleia, em Novembro de 2006, actualizamos a caracterização
económica e social do Distrito e decidimos levar à prática, como linhas
prioritárias de intervenção dos comunistas:
– a afirmação política e ideológica dos princípios, valores e ideais do
PCP e o alargamento da sua influência política, social e eleitoral;
– o reforço orgânico do Partido, com prioridade para a organização nas
empresas e locais de trabalho, aumentando assim a consciência de classe
e política dos trabalhadores;
– o aumento da influência e o aprofundamento da ligação aos movimentos
de massas dos trabalhadores, aos movimentos sociais e às diversas
componentes do movimento associativo e popular, no desenvolvimento da
sua intervenção e luta;
– a dinamização do trabalho político unitário com o contacto com
cidadãos independentes informando-os das propostas do PCP e depois
conhecendo as suas opiniões;
– o reforço da influência política e ideológica do Partido junto das novas gerações e o apoio e cooperação com a JCP;
– o reforço e alargamento da influência política, ideológica e
orgânica do Partido junto dos intelectuais e quadros técnicos, dos
MPME’s e outras camadas da população;
– a continuação da luta por uma ruptura com a política de direita e a
exigência de uma política de esquerda ao serviço do Povo e do País.
Os militantes do PCP na ORL reafirmam a sua responsabilidade de
defender e afirmar, na sua acção, a identidade do Partido Comunista
Português no seu objectivo de transformação revolucionária da
sociedade.