As eleições de 15 de Julho para a Câmara Municipal de Lisboa deram como resultado a vitória do PS com maioria relativa e a eleição para a CM de vereadores de quatro forças políticas e de duas listas ditas independentes. A CM saída das eleições confirma que as eleições, sendo uma saída para a crise política que a CM vivia, podiam não ser só por si uma solução.
A CDU, que elegeu dois vereadores e afirmou na campanha e na própria noite eleitoral, ir defender, entre outras, um conjunto de propostas que respondam aos problemas da Cidade, tem em relação ao futuro a seguinte posição que aqui se recorda:
– Avançará propostas para responder aos problemas que se colocam na organização do espaço público, na higiene urbana e no trânsito e estacionamento.Opor-se-á à concessão /privatização de serviços municipais e a despedimentos de trabalhadores e lutará para que todas as capacidades da câmara sejam colocadas ao serviço da Cidade e da resolução dos seus problemas.
– Lutará ao lado das populações pelo policiamento de proximidade e contra o encerramento de esquadras.
– Continuará a luta contra a especulação imobiliária, pela revisão participada do PDM e pela revogação das alterações em regime simplificado.
– Continuará a exigir que as zonas ribeirinhas desafectadas de actividade portuária, sejam devolvidas à gestão da Cidade.
– Continuará a lutar para que a Carris cumpra o seu papel no serviço público de transportes servindo os bairros com as carreiras e horários necessários à mobilidade dos cidadãos.
– Fará tudo para que o IPO e outras estruturas hospitalares se mantenham na Cidade;
As razões que conduziram, ainda antes das eleições, à afirmação clara quanto à inexistência de condição para acordos pós-eleitorais são as que justificam a decisão agora tornada pública no sentido da não aceitação de pelouros.
As notórias diferenças em matéria do projecto para a Cidade, os inquietantes sinais que resultam não só dos apoios mas dos compromissos já assumidos com conhecidas figuras da direita para funções de gestão na Cidade, a antagónica concepção em matéria do poder local (de que são exemplos os posicionamentos face à Lei das Finanças Locais e ao Sistema Eleitoral para as Autarquias) são, aduzidas de uma clara diferença de posicionamento face ao governo e à sua política, fundamento suficiente para a impossibilidade de quaisquer compromissos que ultrapassem a natural convergência em matérias e decisões que sirvam a Cidade e a sua população.
Como 30 anos de Poder Local Democrático comprovam, a CDU reafirma a sua concepção e atitude de no Poder Local e no funcionamento das autarquias não contribuir para a obstrução ou criação de dificuldades artificiais à actividade dos órgãos.
Fiel ao seu compromisso com Lisboa, a CDU reitera, no entanto, estar disponível para trabalhar a favor da Cidade e para viabilizar todas as políticas que em sua opinião sirvam para solucionar os problemas.
Esta postura construtiva implica a disponibilidade para avançar as suas propostas, e a abertura para a discussão prévia com todas as forças políticas no sentido de criar os consensos necessários à aprovação de propostas políticas essenciais para a Cidade.
Esta posição política de uma força com responsabilidade demonstra que a CDU não se bate por lugares e prebendas, mas está, como sempre esteve, ao serviço de Lisboa e dos Lisboetas como uma força que conta para a solução dos problemas, dando um contributo importante para melhorar as condições de vida de quem vive e trabalha em Lisboa