No Largo do Conde Bonfim, entre a movimentada Estrada de Benfica e o Alto dos Moinhos, a CDU apresentou a candidatura à Assembleia de Freguesia de São Domingos de Benfica, uma das maiores freguesias de Lisboa, com mais de 30 mil habitantes cobrindo uma vasta área da zona Ocidental da cidade.
Helena Barros, educadora de infância aposentada, 69 anos, regressa como cabeça de lista, depois de
quatro anos a representar a CDU na Assembleia de Freguesia: “Não é por acaso que eu aceitei este desafio há quatro anos e agora voltei a aceitar: é que eu nasci em São Domingos de Benfica, sempre vivi e trabalhei aqui. São Domingos de Benfica é a minha casa e é por ela que eu vou estar aqui”, disse.
A candidata fez o balanço dos últimos quatro anos, com muitas críticas ao executivo da Junta e da Câmara Municipal, ambos do Partido Socialista: “Durante quatro anos estive numa Assembleia de Freguesia que muitas vezes se caracterizou por uma batalha entre PS, PSD e CDS, uma luta em que os interesses partidários eram maiores que os interesses da freguesia. E isso depois reflectia-se na aprovação dos orçamentos. Tivemos três presidentes de mesa eleitos que mudaram entre PSD e PS. Durante quatro anos os quadros de pessoal eram meramente listas de desejos”, explicou.
Isto afectou o trabalho da Junta a vários níveis. Helena Barros realça a precariedade dos trabalhadores da Junta: “A CDU irá continuar a defender os trabalhadores da autarquia, ouvindo-os e procurando dar soluções aos seus problemas. São Domingos é, como podem ver, bonita, verde, mas ao nível da higiene urbana são muitas as lacunas. Não é de estranhar, pois, ao passar as competências que eram da Câmara Municipal para a Junta, não vieram os meios necessários, humanos e materiais, para que essa descentralização se realizasse. Isto não é uma surpresa para nós: a CDU sempre se opôs a esta descentralização.”
A CDU propõe “recursos humanos proporcionais à dimensão da freguesia” e “a efectivação dos funcionários contratados pela Junta, jardineiros e técnicos especializados em substituição das empresas contratadas”. Mas também, no caso da limpeza e higiene urbanas, um trabalho consistente de “sensibilização da população”: “É necessário que todos estejam atentos e não deixem o lixo na rua, mas para haver essa sensibilização tem de haver um trabalho feito pela autarquia.”
A mobilidade também tem sofrido com uma série de decisões unilaterais da Câmara Municipal, como a criação de ciclovias, e o comércio local foi um dos mais afectados: “Foram criadas ciclovias sem qualquer auscultação da população de São Domingos, que levaram à eliminação de um número elevado de estacionamento, quer na zona de Conde de Almoster, quer na zona do IPO. Não houve qualquer contacto com a Assembleia de Freguesia por parte do executivo da Câmara.
O comércio local está a ser muito afectado por estas alterações no tarifário da EMEL”, explicou. A CDU defende, por isso, “a criação de bolsas de estacionamento, uma rede de transportes que permita aos moradores, e aqueles que se deslocam de e para São Domingos de Benfica para trabalhar, não terem que recorrer ao seu carro”.
A CDU propõe a requalificação do Mercado de São Domingos, apoio a colectividades, obras na escola Delfim Santos, mais creches e mais infraestruturas desportivas, promessas por cumprir pelo actual executivo da Câmara. “A creche que vai ser inaugurada agora na Estrada da Luz levou quatro anos a nascer. E já estava em gestação há quatro anos antes. Por alguma razão surgiu agora e estão a surgir creches por Lisboa, estamos em período de eleições e por isso vamos lá inaugurar”, lembrou. Acrescenta a inauguração da esquadra de polícia de São Domingos, “que só vai funcionar a partir de Novembro”, bem como a inauguração do Centro de Saúde do Altos dos Moinhos, “que ainda não está a funcionar mas já foi inaugurado”. São Domingos também aguarda “com muita ansiedade” um gimnodesportivo previsto para a zona do Estádio da Luz. “É a bandeira de todas as reuniões e assembleias. Continua no papel”, contou.
“Continuamos em seco à espera que a piscina apareça e as nossas crianças continuam a ter apenas estes espaços onde brincar e precisavam de espaço para desenvolver a sua capacidade e motricidade”, lamentou.
Para que São Domingos não seja apenas, como tem sido com o executivo PS, uma “freguesia de promessas”, “precisa de mudança” e “com a CDU todos somos agentes dessa mudança”.