Relatório de Gestão e Contas do Ano de 2005 – 05/04/2006

DECLARAÇÃO POLÍTICA DOS VEREADORES DA CDU

Ponto 2 – Relatório de Gestão e Contas do Ano de 2005

1) Este Relatório de Gestão referente ao Ano Económico de 2005 prima pela confusão que pretende gerar em quem o aprecia.

Começa por apresentar em gráfico de mandatos que cada força política tem na Câmara Municipal.
Menciona: PS – 4
                    PSD – 4

                    CDU – 3

Esta é a primeira “cavadela”, pois o correcto seria:
                    PS – 4
                    CDU – 4
                    PSD – 3

2) Na página 18, ao pretenderem demonstrar a evolução dos documentos previsionais na vertente orçamental, nos anos 2003,2004 e 2005, colocam valores referidos às GOP’s a somar com o orçamento. Ora é básico que as GOP’s têm de estar contidas no orçamento. Foi só para impressionar? Mas impressiona, negativamente.

Nos resumos em que são analisados, os valores de execução, calcula-se o grau de execução numa relação pagamento/dotação (corrigida) quando a nosso ver devia ser com base na dotação inicial para não adulterar os resultados.

Como exemplo apresenta-se o grau de execução orçamental referente ao PROQUAL que no resumo do relatório é mencionado o grau 32%, quando se fossse calculado na relação valores pagos/valores previstos na dotação inicial, seria 27,59%. São indicadores diferentes, apresentados de uma maneira ou de outra.

Aliás é falsear a verdade, pois uma alteração feita em Outubro não tem nada a ver com os valores orçamentados para o ano 2005.

Também não se percebe como consideram necessário, para se fazer a análise da execução das Grandes Opções do Plano, Plano de Investimentos, Execução do Plano de actividades, elaborar vários mapas utilizando relações diferentes em cada.

Para nós o que é importante, é referir os valores considerados no orçamento aprovado na Câmara e na Assembleia Municipal e os valores pagos, calculando o grau de execução de cada rubrica num só tipo de relação. Não o fizeram assim, pretenderam dar mais trabalha a quem o analisa.

Será que pretendiam baralhar-nos? Seria errado seguir esse caminho. A verdade das coisas devem ser sempre obtidas por processos simples. Nós estamos atentos. Nós gostamos de tudo muitos simples e transparente, até porque estes documentos existem também para poderem ser consultados por qualquer munícipe e a simplicidade e a transparência deve ser uma característica da administração pública.

Nas Grandes Opções do Plano é referido em 1.1 Serviços Gerais da Administração. Nesta rubrica existe a dotação de 11.88. 228,95 (supões-se valor corrigido) com um grau de execução de 55%.

Questionamos o seguinte:

Que despesas são estas para serem consideradas GOP? Devemos realçar que, com excepção das rubricas do PROQUAL, é a mais significativa das GOP.

Deixemos o Relatório de Gestão e analisemos o Controlo Orçamental de 2005.

É espantoso verificarmos que a execução global da despesa se quedou nos 51,30%. Então que previsão foi esta? Houve algum facto que provocasse esta situação ou não houve e tem que se atribuir à incompetência ou ao embuste político. Seja como for, estas situações têm consequências políticas e devem ser assumidas por quem foi responsável por elas.

Vamos analisar alguns números mais significativos.

Despesas

Correntes:
 Dotação corrigida  54,285  Milhões de Euros (52.23%)
   Exercício  42,557  Milhões de Euros
   Valores Pagos  36,662  Milhões de Euros
   Valores não Pagos  5,895  Milhões de Euros
       
   Grau de Execução  67,54%  
       
Capital:  Dotação corrigida 49,657  Milhões de Euros (47,77%)
   Exercício  24,867  Milhões de Euros
   Valores Pagos 16,711  Milhões de Euros
   Valores não Pagos 8,156  Milhões de Euros
     
   Grau de Execução 33,65%  
       
Total:  Dotação corrigida 103,943  Milhões de Euros (100%)
   Exercício 67,423  Milhões de Euros
   Valores Pagos 53,373  Milhões de Euros
   Valores não Pagos 14,051  Milhões de Euros
       
   Grau de Execução 51,35%  

Receitas

Administração Central:  Previsão 26,295  Milhões de Euros
   Cobrado 8,241 Milhões de Euros (31,3%)
  Nota: Os cerca de 10 Milhões não justifica o desvio.
       
EDP:  Previsão 2,0    Milhões de Euros
   Pagou 1,4    Milhões de Euros (71,3%)
     
III Quadro
Comunitário de Apoio:
 Previsão 5,662  Milhões de Euros
   Recebido 2,464 Milhões de Euros
  Nota: O que falhou? O que aconteceu? A Câmara não teve capacidade?
Estado  Participação 3,880 Milhões, não se concretizou. Porquê?

Nota:Não por dificuldade de cobrança que houve problemas na gestão da câmara.

Caso curioso, nas receitas, o Estado em algumas rubricas até transferiu verbas superiores ao previsto. É de amigos…?

Imposto sobre Imóveis foi bem cobrado (99,5%) é obra. Mas é mais um custo para os munícipes. Previam a receita de 11 Milhões e houve a cobrança de 10,940.982 Milhões de Euros.

Imposto Municipal Sobre Veículos: 1.497.534,83 € (93,6%)

Imposto Municipal Sobre Transmissões Onerosas de Imóveis: Previa 7,500 Milhões realizaram 8,070 (107,6%)

Loteamentos: Previam 4,500 Milhões, ficaram-se 2,619 (58,2%)

Tem mais Loteamentos e Obras: Previam 2,400 Milhões, arrecadaram 2,028 Milhões (84,5%)

Derrama: Previam 3,0 Milhões, arrecadaram 2,078 Milhões

Falharam na Previsão em Impostos abolidos: Previsão 8,6 Milhões e tiveram 1,489 Milhões (17,3%)
Esta previsão em que base foi feita? Foi empolada? Ou trata-se de um erro?
Conclusão
Não foi pela previsão das receitas que se deu o desequilíbrio financeiro do município.

Para terminar, é para nós importante conhecermos em que rubricas foram lançadas as despesas do PROQUAL. Não as encontramos no controlo orçamental e pretendemos saber onde estão contabilizadas.

Finalmente, temos que nos manifestar desagradados com a gestão feita em 2005 e a forma como foi elaborado o Relatório de Gestão. É um relatório confusionista. Também nos desagrada e por isso condenamos a grandeza da despesa corrente e a pequenez da despesa de capital, pois a Câmara continua a gastar muito com a câmara e gastar muito pouco com o concelho a favor dos munícipes.

Odivelas, 11 de Abril de 2006

Os vereadores da CDU