Os trabalhadores da empresa de transporte público de passageiros – Transportes Sul do Tejo, concentraram-se ontem em frente ao Ministério dos Transportes, no quadro da realização de uma greve de 24 horas que registou uma adesão superior a 80%. Contestaram o congelamento salarial numa empresa que tem acumulado lucros à custa das indemnizações compensatórias pagas pelo Estado e da progressiva redução dos salários reais dos seus trabalhadores. No dia 27, a luta prossegue em conjunto com diversas empresas do Sector de Transportes e Comunicações.
Moção Aprovada
Os trabalhadores da empresa de transporte público de passageiros – Transportes Sul do Tejo, concentrados em frente ao Ministério dos Transportes, no dia 14 de Abril de 2010 e durante a realização de uma greve de 24 horas, vêm expor ao Senhor Ministro, o seguinte:
1.A Transportes Sul do Tejo é uma empresa que presta um serviço público e, nessa qualidade, tem recebido anualmente indemnizações compensatórias;
2.A Transportes Sul do Tejo, há dez anos a esta parte, apresenta, nos seus relatórios de contas e balanço social, resultados positivos;
3.A política salarial praticada pela administração da empresa, durante o mesmo período, apresenta um saldo claramente desfavorável aos trabalhadores. Pode inclusivamente ser afirmado que aos lucros da empresa contrastam os prejuízos salariais dos seus trabalhadores;
4.No ano de 2009, enquanto os trabalhadores da função pública ou das empresas públicas de transporte de passageiros tinham um aumento salarial igual ou superior a 2,9%, os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo tinham um aumento médio de cerca de 1,2% (com 1,5% na tabela salarial);
5.Em 2010, pela primeira vez e sem que haja qualquer fundamento credível, a administração da Transportes Sul do Tejo simula um processo de negociação colectiva para transmitir aos sindicatos que vai aplicar, unilateralmente, e de acordo com as orientações do governo, o congelamento dos salários dos seus trabalhadores;
6.Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo estão revoltados com tamanha injustiça, já não bastavam os baixos salários praticados pela empresa, as sucessivas perdas de poder de compra impostas pelas actualizações salariais consecutivamente abaixo da inflação verificada, vêem-se agora confrontados com o congelamento dos seus “miseráveis” salários;
7.Fundamentalmente por estas razões, os trabalhadores já realizaram duas greves de 24 horas e estão dispostos a continuar a luta até que a sua situação seja revista.
Nestes termos, os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo reclamam de Vossa Excelência, o seguinte:
Tratando-se de uma empresa que recebe avultadas quantias do Estado e que apresenta resultados financeiros altamente positivos, que parte desse dinheiro seja investido na melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores, a começar pelos seus salários.
Deve pois, este Ministério, reclamar junto da administração da Transportes Sul do Tejo a reabertura do processo de negociações directas e a apresentação de uma proposta de actualização dos salários para o ano em curso.
Lisboa, 14 de Abril de 2010
A Concentração de Trabalhadores da TST