PCP saúda a luta dos ferroviários e condena o lamentável comportamento da CP e do seu Governo

Os ferroviários estão em luta nesta Páscoa. Nos dias 2 e 6 de Abril com uma greve decretada pelo SFRCI e nos dias 3 e 5 de Abril com uma greve decretada pelo SNTSF. As justas reivindicações prendem-se todas com a exigência de que a empresa CUMPRA A LEI, nomeadamente, que pague aos ferroviários os variáveis que lhes deve desde 1996 (com diversas sentenças transitadas já em julgado) e que pague o trabalho complementar e nocturno como está estipulado nos Acordos de Empresa. Ora a Administração da CP não só não cumpre a lei nestas matérias (por ordens do Governo) como pretendia eternizar um processo de negociação (como se a aplicação da lei fosse matéria a negociar…) cujo único objectivo seria eternizar o não pagamento das verbas devidas aos ferroviários.

 

Mas é face à marcação da greve que o comportamento da Administração da CP atinge contornos caricatos, num estridente frenesim de asneiras, ilegalidades, mentiras e prepotência. Importa ter claro que foi a própria Administração da CP que prescindiu de serviços mínimos para os dias 3 e 5 de Abril. Que foi a Administração da CP que, depois, e numa inacreditável arrogância e incompetência, apresenta para a greve de 2 e 6 um pedido de serviços mínimos para o período de 1 a 7 que o Tribunal rejeita por manifesta violação da lei. É a Administração da CP que emite depois um inacreditável comunicado de ataque ao CES (Conselho Económico e Social) por este não ter cumprido os seus desejos (e do Governo) e se ter recusado a decretar os serviços mínimos ilegalmente requeridos pela CP. E que depois de todo este lamentável comportamento, parte para o ilegal pressionar dos trabalhadores, procurando arregimentar um número suficiente de trabalhadores não grevistas deslocando-os para furar a greve em serviços que a empresa entende prioritários (neste caso, o longo curso), violando a lei da greve e criando situações de grave falta de segurança, pois irão desempenhar as funções de chefe de comboio (sem a adequada formação para tal.

Face a esta grave irresponsanilidade, o PCP irá interpelar o Governo na Assembleia da República, responsabilizando desde já a Administração da CP por qualquer problema que este seu comportamento possa provocar.

O PCP saúda a justa luta dos ferroviários, exige do Governo a imediata aplicação da lei – pagando os variáveis em dívida e pagando o trabalho suplementar e nocturno de acordo com os Acordos de Empresa – e apela aos utentes a rejeitarem as linhas provocatórias lançadas por quem todos os dias esquece que são os ferroviários quem faz mover os comboios, obriga os ferroviários à luta até para que a lei seja cumprida e depois chora as consequências dessa luta.

O PCP apela ao reforço da Unidade e Luta dos trabalhadores, em defesa dos seus direitos e do futuro de Portugal.