Falta de pessoal asfixia Serviço Nacional de Saúde

Em comunicado a Célula do Centro Hospitalar Lisboa Central denuncia a situação extrema de falta de pessoal, que coloca em causa os serviços prestados numa lógica de destruição continuada do Serviço Nacional de Saúde, objectivo incofessado do Governo PSD/CDS-PP.

 

COMUNICADO DA CÉLULA DO CHLC DO PCP

Vive-se hoje no Centro Hospitalar de Lisboa Central, uma situação de extrema falta de pessoal. Não sendo nova, esta carência está a revelar-se grave, podendo estar em causa a segurança dos utentes e dos profissionais de saúde.

Não raras vezes, os trabalhadores de vários serviços deste centro hospitalar são forçados a seguir turnos, realizando jornadas de trabalho que em muito ultrapassam os limites do aceitável para prestadores de cuidados de saúde.

A situação atinge vários grupos profissionais, sendo mais evidente a falta de assistentes operacionais e de enfermeiros. Existem Serviços onde se torna impossível assegurar a realização de uma escala de trabalho. Outros, como o Serviço de Urgência do Hospital de São José, onde os enfermeiros asseguram as mais de 1000 horas em falta por horário, seguindo turnos e realizando horas ditas “extraordinárias”, isto quando lhes é devido o gozo de mais de 1400 feriados, ou o Serviço do Neonatologia da Maternidade Dr. Alfredo da Costa onde, para assegurar a escala atual segundo os rácios definidos pelos critérios de qualidade e segurança estão pedidos 168 turnos extraordinários, sendo-lhes devidos cerca de 1500 feriados/folgas.

A somar a isto, assiste-se à diminuição de tempos operatórios, por falta de anestesistas, enfermeiros e assistentes operacionais, originando o aumento dos doentes inscritos em Cirurgia e mais transferências para o sector privado, ficando as listas de espera à espera que se preencham os lugares em falta nos Blocos Operatórios.

As consequências desta falta de pessoal, por demais evidente, são nefastas para os profissionais, que vêem os seus ritmos e duração de trabalho a crescer enquanto os salários são reduzidos e para os utentes, que podem perder a qualidade de serviços a que os profissionais deste Centro Hospital os habituaram, ao longo décadas de dedicação e trabalho.

Este estado de coisas resulta das opções políticas do Governo que, com o argumento de reduzir despesas com pessoal, procura atingir o seu verdadeiro objectivo: asfixiar o SNS facilitando o encerramento de serviços públicos e entregando-os de seguida aos privados que há muito perceberam o grande negócio que constitui a saúde do povo.

A Célula do PCP do CHLC está e estará ao lado dos trabalhadores e utentes deste Centro Hospitalar, na luta por um Serviço Nacional de Saúde que sirva as necessidades das populações e por condições de trabalho que dignifiquem os profissionais de saúde!

Adere ao PCP!

Julho de 2014