Tal como o PCP anteriormente denunciou através do comunicado da Célula do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) de julho do ano passado, as dificuldades decorrentes dos cortes na saúde agravaram-se e atingiram níveis antes nunca vistos. Uma das consequências é a dramática falta de trabalhadores contribuindo para a decisão de encerrar e “fundir” serviços o que, levou à sobrelotação dos mesmos aquando do caso da legionella, situação agora agudizada pela (previsível) época de gripe sendo a face mais visível a situação caótica dos serviços de urgência a que o CHLC não ficou imune com o registo da morte de um utente.
Aos factos reage o ministro da saúde ameaçando com inquéritos às instituições de saúde (leia-se aos profissionais), patética forma de arranjar bodes expiatórios para as consequências da própria política.
Esta realidade, que fere de morte o Serviço Nacional de Saúde (SNS), prejudica gravemente quer os trabalhadores (que têm os seus ritmos de trabalho absurdamente aumentados), quer os utentes (que podem não receber os serviços de excelência que merecem). Há vários anos que está a ser reduzido o número de trabalhadores de todas as profissões da saúde, com especial incidência no período a partir de 2009, sendo que só de 2013 para 2014 o CHLC perdeu 311 profissionais.
Enquanto isto, hipocritamente, o ministro da saúde e outros membros do governo vão dizendo que o SNS está melhor do que nunca porque… as contas estão em dia. Alguém duvida que para o governo os portugueses são apenas números?
Confirma-se pois a verdadeira causa deste estado de coisas: a destruição deliberada dos serviços públicos, com o objectivo de entregar aos privados a prestação de cuidados de saúde.
É urgente lutar por mais trabalhadores neste Centro Hospitalar e inverter as políticas de fome e miséria que têm sido impostas ao Serviço Nacional de Saúde pelo governo.
A Célula do PCP está e estará ao lado dos trabalhadores e das populações na luta por um SNS Geral, Universal e Gratuito e apela aos profissionais e às populações que lutem em defesa do direito constitucional à saúde, exigindo a demissão do governo e a concretização de uma política patriótica e de esquerda.
Célula do Partido Comunista Português do CHLC