Aos trabalhadores do grupo P.T.
UMA OPA MUITO OPACA!
Para o PCP, esta OPA continua a ser um motivo de grande preocupação, uma vez que, se esta mega-operação financeira global tiver sucesso, sabe-se quem perde:
Desde logo, o interesse nacional e a capacidade do Estado para influir nas politicas deste importantíssimo sector de actividade, estruturante da economia;
Todos os trabalhadores do Grupo, irremediavelmente espoliados nos seus legítimos direitos e interesses, que ficam à mercê do grande capital;
Os direitos das populações e da grande maioria dos utentes e clientes de Telecomunicações e Afins, porque, já ninguém duvida, os Serviços e Produtos vão perder qualidade e vão encarecer na primeira oportunidade;
O Erário Público com a perda de muitos milhões provindos de Impostos;
Os pequenos accionistas da PT, que aplicaram aqui as suas poupanças e correm o risco de serem compelidos a venderem as acções ao preço definido pela OPA.
E também já se sabe quem ganha:
O grande capital financeiro, apátrida e especulativo, que, logo que tivesse na sua posse estes preciosos e valiosíssimos activos, procederia à sua venda a retalho para realizar mais-valias – que é claramente o objectivo fulcral desta grande operação;
Aos grandes accionistas da PT, porque, para uns, esta OPA serve na perfeição os seus interesses estratégicos imperiais (Telefónica…), para outros, a OPA serve-lhes para a afirmação do seu poderio, num Sector onde se ganha “muito, muito dinheiro!” (BES);
O Governo do PS/Sócrates, porque, ao eximir-se vergonhosamente na assumpção das suas responsabilidades na defesa dos interesses nacionais (usando o sofisma de que é ao”mercado” que compete decidir), está, mais uma vez, a ficar bem na fotografia aos olhos dos verdadeiros interesses de quem defende: O Capital!
Aliás, tudo aponta no sentido de que este negócio, tenha sido previamente acertada com o Governo.
A Administração do Grupo PT, porque, a pretexto da OPA, do famigerado “mercado” e da ladainha habitual da competitividade, desenvolve uma escalada sem precedentes contra todos os que trabalham e criam riqueza, transferindo essa riqueza, que também pertence aos trabalhadores, exclusivamente para os bolsos dos grandes accionistas
Em relação ao Plano de Saúde, por exemplo, o problema não é a sua sustentabilidade que está em causa, mas sim, os 340 milhões de euros que a administração da PT quer dar aos grandes accionistas, retirando aos trabalhadores não só esse valor como um direito, como aliás repetidas vezes foi denunciado pelas ORTs.
O PCP saúda a magnifica jornada de luta dos trabalhadores da PT realizada no dia 16 junto às Picoas, e exorta-os a continuar a encarar com realismo a grave situação que está criada na Empresa, que coloca em sério risco os postos de trabalho e os Planos de Saúde, e travar a destruição da PT-ACS.
O caminho é inevitavelmente a LUTA. Não existem outras saídas, todos o sabemos!
Por isso, é fundamental a adesão e a participação nas formas de luta que as ORTs, verdadeiramente empenhadas na defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, estão a organizar.
OPA da SONAE sobre a PT
O negócio de que Portugal não precisa!
O PCP considera essencial o controlo nacional sobre o Sector das Telecomunicações numa lógica de Serviço Público que garanta as necessidades da população e os interesses do País.
O anúncio desta OPA foi acompanhado de uma poderosa campanha mediática, com o objectivo de a impor junto da opinião pública como um sinal positivo na revitalização da economia nacional. Na verdade, a confirmar-se este negócio, à excepção do Grupo SONAE, todos sairão prejudicados – trabalhadores, utentes e o país.
Para divulgar as suas posições o PCP irá promover um Debate para o qual gostaríamos de contar com a sua presença, no dia
29 de Novembro (quarta-feira), às 17,30 horas
no Hotel Sofitel (Av. da Liberdade, Lisboa),
com a participação de Francisco Lopes, membro da Comissão Política do
Comité Central do PCP e deputado na Assembleia da República.
A Coordenadora nacional do PCP para o sector das Telecomunicações
Novembro/06