Granadeiro, Presidente da PT, que afirmou que se fosse necessário faria
um despedimento colectivo em 2008 de mais de 700 trabalhadores,
atribuindo, desde já, as culpas à ANACOM tentando esconder as erradas políticas de gestão da Administração. Ao falar em despedimento colectivo – o que só por si já é muito grave –
como forma inovadora de continuar a reduzir trabalhadores na PT – são
já mais de 15.000 desde o início da privatização – o Presidente da PT
sabe bem que não pode ir por esse caminho. A Célula do PCP na PT reafirma que só com a mobilização e a luta, os trabalhadores conseguem barrar o caminho aos ataques que se avizinham para 2008!
NOVO ANO – VELHA POLÍTICA!
PRESIDENTE DA PT AMEAÇA RECORRER A UM DESPEDIMENTO COLECTIVO DE MAIS DE 700 TRABALHADORES, QUANDO SABE QUE NÃO O PODE FAZER
Iniciamos o novo ano com a ressonância das declarações de Henrique Granadeiro, Presidente da PT, que afirmou que se fosse necessário faria um despedimento colectivo em 2008 de mais de 700 trabalhadores, atribuindo, desde já, as culpas à ANACOM se tal situação se concretizar, tentando, desta forma, esconder as políticas de gestão erradas da sua Administração.
Ao falar em despedimento colectivo – o que só por si já é muito grave – como forma inovadora de continuar a reduzir trabalhadores na PT – são já mais de 15.000 desde o início da privatização – o Presidente da PT sabe bem que não pode ir por esse caminho:
Primeiro: a empresa está financeiramente saudável, veja-se os lucros dos últimos anos e a atribuição de 6,2 mil milhões de euros aos grandes accionistas, como contra ponto à OPA da Sonaecom. Muitas destas verbas são conseguidas à custa da redução dos direitos dos trabalhadores no activo e fora dele e no desinvestimento no negócio que tem levado a que a rede de infra-estruturas de telecomunicações não permita a largura de banda necessária aos novos serviços de telecomunicações.
Segundo: para fazer frente à concorrência é necessário manter também um serviço que seja seguro para os utentes, com qualidade e inovação e isso só é possível com as capacidades e os saberes que os trabalhadores da PT possuem e que mais ninguém tem.
Resumindo,
Não há qualquer razão para este ou outro tipo de despedimento na Portugal Telecom.
Então o que faz correr Henrique Granadeiro?
Por um lado, a sua sede de protagonismo, agora que sabe que por imposição dos grandes accionistas vai ter que passar o poder ao “génio” da contabilidade criativa na próxima Assembleia-geral de Accionistas; por outro lado, usar os postos de trabalho como arma de arremesso contra a regulação (leia-se o seu comunicado de 06 Dez/07) e a tentativa de intimidação e condicionamento dos trabalhadores e das suas ORT’s para a negociação do AE da PTC para 2008 que se vai iniciar brevemente. Com estas atoardas o Presidente da PT pretende condicionar os aumentos salariais e retirar ainda mais direitos aos trabalhadores.
Perante a gravidade daquelas afirmações, qual é o papel do governo que continua a ter responsabilidades na PT?
O mesmo a que já nos habituou! Calado que nem um rato!
Não foi o PS, que sustenta este governo, que prometeu na campanha eleitoral criar 150.000 postos de trabalho?
Não foi o 1º Ministro – José Sócrates – que, na mesma campanha, quando o desemprego já ia em 7,2% considerou este um “número trágico”? Então e agora que está em 8,2%, será que ele considera esta taxa de desemprego mais um “sucesso” da sua governação?
Apesar da privatização da empresa, o Governo continua a ter particulares responsabilidades no Grupo PT – através da Golden Share – pelo que se lhe exige uma firme e decisiva oposição a esta política de gestão e às opções erradas de desinvestimento na rede e na inovação. Esta Administração tem transformado as Empresas do Grupo PT quase exclusivamente em organizações de venda de electrodomésticos e pacotes que não servem aos clientes nem satisfazem as suas necessidades, mas cobram-lhes mensalmente cada vez mais dinheiro.
As telecomunicações têm uma importância estratégica para o país e sendo a PTC proprietária da única rede de infra-estruturas de telecomunicações de âmbito nacional com capilaridade em todas as povoações, tem a obrigação de prestar um serviço público universal e de qualidade a toda a população. Sendo assim, o PCP reafirma a necessidade de reforço e de controlo nacional sobre este sector e ainda a necessidade de uma ruptura com a política de ataque sistemático e cirúrgico aos que menos têm e aos que menos podem, política que esta administração da PT e este Governo teimam em prosseguir.
Assim é. A prová-lo está o relatório da Comissão do Livro Branco para as Relações Laborais, com o qual o governo pretende abrir caminho para o mais grave ataque aos direitos dos trabalhadores. Falamos da flexigurança à portuguesa, que visa a facilitação dos despedimentos individuais sem justa causa, a desregulamentação do horário de trabalho, pôr em causa o nível dos salários, introduzir mecanismos de caducidade da contratação colectiva, atacar a liberdade sindical e os sindicatos, para enfraquecer a sua capacidade reivindicativa.
O PCP deseja a todos os trabalhadores da PT um feliz ano de 2008 e manifesta, desde já, o seu mais sincero empenhamento e a sua mais profunda solidariedade com os trabalhadores e as suas organizações representativas, apelando à resistência e luta contra a liquidação de postos de trabalho e a retirada de direitos aos trabalhadores do Grupo PT em geral e da PTC em particular.
Só com a mobilização e a luta, os trabalhadores conseguem barrar o caminho aos ataques que se avizinham para 2008!
Janeiro /08