Ganância, bluff e batota – Os fundamentos de uma OPA

AOS TRABALHADORES DO SECTOR DAS TELECOMUNICAÇÕES

Ganância, bluff e batota – Os fundamentos de uma OPA

Neste ano que leva esta OPA hostil sobre a PT, já aconteceu de tudo: Mentiras, acusações, decisões parciais, processos-crime, etc, etc…  

Esta jogada final do Capital Financeiro apátrida, representado aqui por Belmiro de Azevedo, de aumentar a oferta de 1 euro por Acção, despendendo assim mais 1.100 milhões de euros, é bem revelador da sua firme disposição em tomar conta deste Sector, de importância vital para Portugal, se não for impedido de o fazer.

É, manifestamente, um jogo viciado, onde se digladiam exclusivamente os interesses do grande Capital Financeiro, nacional e internacional.

Neste processo, os trabalhadores e os seus verdadeiros representantes, são completamente ignorados, como parte interessada no desfecho da OPA.

E a este jogo assiste o Governo e os seus apêndices, tornando-se, com o seu silêncio, cúmplice da batota.

 
Invocando o sacrossanto mercado, está a permitir a perigosa apropriação, sabe-se lá por quem, do suculento bolo que é o negócio das Telecomunicações e os seus activos.

Daqui resultarão enormes prejuízos para o interesse nacional.

 
Serão colocados em risco milhares de postos de trabalho e sonegadas as responsabilidades firmadas com outros milhares de trabalhadores que já saíram da Empresa.    

Obviamente, “eles” não entraram nisto para perder.

 
Com um Investimento Total de montante tão elevado – pode estar a falar-se de 18.000 milhões de euros! – vão rodear-se de todos os cuidados e exigir o seu retorno com a máxima rendibilidade e no mais curto espaço de tempo.
 
E quem vai pagar?
 
O País, os consumidores, as populações, e claro, os trabalhadores, com a inevitável destruição do Grupo PT, vendido a retalho neste jogo especulativo.

Ambiente laboral concentracionário no Sector das Telecomunicações.   

Não se julgue que é apenas no Grupo PT, com a Administração de Henrique Granadeiro – aqui a pretexto da OPA – que os trabalhadores são espoliados dos seus mais elementares direitos e interesses, como é o direito à negociação colectiva assente em bases e princípios sérios (e não ao vergonhoso processo que se assiste na PT, com a recorrência a sindicatos fantoches).

De facto, um pouco por todo o lado, é o caos e a lei da selva que impera, revelando a incapacidade destes ”gestores” de gerirem as Empresas com racionalidade, respeitando o ordenamento jurídico do País.

Na Optimus de Belmiro de Azevedo, foram dadas instruções às chefias para elaborarem listas de trabalhadores a despedir, mesmo de trabalhadores com vínculo efectivo e não apenas os “outsourcings” e outros precários – que são a maioria. O terror instalou-se, mas não obstante, o protesto aberto e generalizado, mesmo por parte de certas Chefias e Quadros, já assusta os mandantes dos Azevedos.  

Na Vodafone a situação é idêntica. O seu chefe, o famigerado António Carrapatoso, recusa aumentos salariais dignos e manda instaurar processos disciplinares forjados, como forma de pressionar os trabalhadores a saírem da Empresa.

Num Sector de elevadas qualificações profissionais, sem problemas de competitividade, com altas taxas de crescimento dos lucros – vejam-se os lucros da PT: um resultado líquido que aumentou 32,5% para os 867 milhões de euros em 2006 – é intolerável e escandaloso um ambiente laboral como o que se vive, impróprio de um estado de direito e democrático.

 
Mas o Capitalismo e a sua globalização, não é uma efabulação. Estes são os efeitos concretos da sua tentativa de recuperarem, com elevados juros, o que os trabalhadores, nas suas lutas, justamente conquistaram.

Pela salvaguarda dos postos de trabalho! Contra a destruição do Grupo PT!

Por um Sector das Telecomunicações ao serviço do País e das suas populações!

O PCP exorta a que todos compareçam:

Na Concentração Nacional promovida pela Frente Comum das ORT’s da Portugal Telecom, dia 22 de Fevereiro, ás 15 horas, em frente à residência oficial do 1º Ministro!

Na Concentração Nacional promovida pela CGTP, para o dia 2 de Março, no âmbito da acção Nacional de Luta convergente, ás 14h30 no Saldanha/CIP.