1920, Teses para o II Congresso da Internacional Comunista

«1. Da democracia burguesa, pela sua própria natureza, é próprio um modo abstracto ou formal de colocar a questão da igualdade em geral, incluindo a igualdade nacional. Sob a aparência da igualdade da pessoa humana em geral, a democracia burguesa proclama a igualdade formal ou jurídica entre o proprietário e o proletário, entre o explorador e o explorado, induzindo assim no maior erro as classes oprimidas. A ideia de igualdade, que é em si mesma um reflexo das relações da produção mercantil, é transformada pela burguesia numa arma de luta contra a supressão das classes, sob o pretexto de uma pretensa igualdade absoluta das pessoas humanas. O verdadeiro   sentido  da  reivindicação  da   Igualdade consiste apenas em reivindicar a supressão das classes.»

«2. De acordo com a sua tarefa fundamental de lutar contra a democracia burguesa e desmascarar a sua falsidade e hipocrisia, o partido comunista, como intérprete consciente da luta do proletariado pelo derrubamento do jugo da burguesia, deve, também na questão nacional, considerar como o mais importante não princípios abstractos nem formais, mas, primeiro, uma apreciação precisa da situação histórica concreta e, antes de mais, da situação económica; segundo, uma distinção muito clara entre os interesses das classes oprimidas, dos trabalhadores, dos explorados, e o conceito geral dos interesses populares no seu conjunto, o que significa os interesses da classe dominante; terceiro, uma diferenciação igualmente clara entre as nações oprimidas, dependentes, não soberanas, e as nações opressoras, exploradoras, soberanas, por oposição à mentira democrático-burguesa que dissimula a escravização colonial e financeira, própria da época do capital financeiro e do imperialismo, da imensa maioria da população da terra por uma insignificante minoria de países capitalistas avançados e muito ricos.»

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