«Os Scheidemann e os Kautsky falam de «democracia pura» ou de «democracia» em geral para enganar as massas e ocultar-lhes o carácter burguês da democracia contemporânea. Que a burguesia continue a conservar nas suas mãos todo o aparelho do poder de Estado, que um punhado de exploradores continue a utilizar a anterior máquina de Estado burguesa! A burguesia, compreensivelmente, gosta de designar as eleições realizadas em tais condições como livres, «iguais», «democráticas», «universais», pois essas palavras servem para dissimular a verdade, para dissimular o facto de que a propriedade dos meios de produção e o poder político continuam nas mãos dos exploradores, de que por isso não se pode falar de liberdade real, de igualdade real para os explorados, isto é, para a imensa maioria da população. Para a burguesia é vantajoso e necessário ocultar ao povo o carácter burguês da democracia contemporânea, apresentá-la como democracia em geral ou «democracia pura», e os Scheidemann, tal como os Kautsky, ao repeti-lo, abandonam de facto o ponto de vista do proletariado e passam para o lado da burguesia.»