Sobre o 60.º Aniversário do Assassinato de Alfredo Dinis, «Alex»

Sobre o 60.º Aniversário do Assassinato de Alfredo Dinis, «Alex»

 
O Secretariado do Comité Central do PCP recorda que há 60 anos a ditadura fascista cometeu um odioso crime quando, na manhã de 4 de Julho de 1945, a PIDE assassinou na estrada de Bucelas, Alfredo Dinis, «Alex», membro do Comité Central e da Comissão Política do Partido Comunista Português.

Este crime do fascismo teve lugar no preciso momento em que, como por todo o mundo, os trabalhadores e o povo português comemoravam o fim da II Guerra Mundial e a pesada derrota infligida ao nazi-fascismo, o que comprova o ódio do fascismo aos corajosos lutadores pela liberdade.
Alfredo Dinis, «Alex», foi um abnegdo revolucionário e firme militante comunista que dedicou o melhor da sua vida, embora curta – «Alex» foi assassinado quando tinha apenas 28 anos – à luta dos trabalhadores e do nosso povo contra o fascismo e pela liberdade.

Operário metalúrgico, iniciou a sua actividade política e partidária contra a ditadura fascista ainda muito jovem. Foi membro da Federação das Juventudes Comunistas, pertenceu ao Socorro Vermelho Internacional. Como membro do PCP, foi responsável por importantes organizações na região de Lisboa, Ribatejo, Margem Sul do Tejo e Litoral Alentejano.

Tendo sido preso pela PIDE em Agosto de 1938 «Alex», portou-se valorosamente frente à polícia defendendo o Partido e as organizações, recusando-se a prestar declarações.

Desenvolvendo a sua actividade política estreitamente ligado aos trabalhadores, conhecendo profundamente os seus anseios, aspirações e estado de espirito, o nome do militante comunista «Alex», ficará para sempre ligado a algumas das mais grandiosas e combativas acções de luta dos trabalhadores e das massas populares contra o fascismo, por melhores condições de vida, pela liberdade.

«Alex» foi um dos principais organizadores e impulsionadores das grandes jornadas populares e grevistas (greves, marchas da fome, manifestações de rua) que tiveram lugar em Novembro de 1942 e em Julho-Agosto de 1943, bem como das greves de 8 e 9 de Maio de 1944 a cujo comité de greve pertenceu.

Embora já passados 60 anos, o aniversário do assassinato de Alfredo Dinis, «Alex», não deve passar em silêncio. A luta contra o fascismo e pela liberdade, a luta em defesa das conquistas de Abril e a longa história do PCP são inseparáveis de sucessivas gerações de revolucionários que, como Alfredo Dinis, defrontaram corajosamente a repressão fascista e suportaram enormes sacrifícios por um Portugal livre, democrático e socialista.

Numa altura em que se desenvolve uma poderosa ofensiva contra as condições de vida dos trabalhadores, em que importantes conquistas democráticas continuam a ser atacadas e se torna cada vez mais necessário a existência de um PCP forte e influente, a melhor homenagem que se pode prestar ao camarada Alfredo Dinis, é tomar-se como exemplo a sua vida de dedicação ao Partido, de firmeza revolucionária, de empenhamento no desenvolvimento da organização e da luta dos trabalhadores, pelo pão, pelo direito ao trabalho, pela liberdade, a democracia e o socialismo.

30 de Junho de 2005
O Secretariado do Comité Central do PCP