08 – 1914 – A GRANDE DIVISÃO NO MOVIMENTO OPERÁRIO

O imperialismo e a guerra tiveram um enorme impacto no movimento operário e socialista. Ao lado da contradição entre capital e trabalho, duas novas contradições entravam na ordem do dia: a que opunha os países imperialistas aos restantes; e as contradições inter-imperialistas.
A II Internacional há muito que previa a guerra, e a debatia, assumindo uma postura internacionalista: os trabalhadores não se deveriam matar uns aos outros na defesa dos interesses das “suas” burguesias, mas sim opor-se à carnificina sob o lema “guerra à guerra”.
Mas com o início da guerra, intensifica-se a pressão da burguesia sobre os “seus” trabalhadores. E os Partidos da II Internacional dividem-se em três tendências principais: A ala social-chauvinista (de chauvin, líder nacionalista francês reaccionário, cujo lema era “A minha pátria, boa ou má!”), a de centro e a internacionalista.
Em quase toda a parte a maioria dos sociais-democratas aderiu à febre belicista, cada um com a sua desculpa: os alemães alegavam a necessidade de combater o absolutismo russo; os franceses, a urgência de libertar os povos oprimidos pelos impérios austríaco e otomano.
Uma facção de centro, minoritária mas com nomes importantes como Kaustsky, pregava o regresso à paz, sem levar em conta as causas de fundo do conflito inter imperialista.
E por fim, a ala esquerda, também minoritária excepto na Rússia, que manteve o internacionalismo, propunha que os operários voltassem as armas contra os “seus” burgueses, e transformassem a guerra imperialista em guerra revolucionária.