Em França, as transformações políticas burguesas tinham seguido uma via radical e conturbada: a Revolução de 1792, as guerras napoleónicas, as Revoluções de 1830 e 1848. Estes movimentos anti-feudais e democrático-burgueses, contaram com uma maciça participação das classes trabalhadoras, inclusive o jovem proletariado, formado como nenhum outro em insurreições e barricadas.
Mas depois do Golpe de 1852 o processo desembocara na ditadura de Napoleão III. Em 1870 o regime burguês envolve-se numa guerra desastrosa com a Alemanha. Com o Exército Alemão às portas de Paris, os operários da Cidade armam-se para a defender. O Governo Burguês capitula e assina um armistício com a Alemanha.
A tentativa de desarmar os operários parisienses precipita a insurreição. A 26 de Março é eleito o Conselho da Comuna. A influência marxista é minoritária no movimento, onde predominam os blanquistas. O movimento alastra a outras Cidades, mas a grande massa camponesa mantêm-se apática. O Exército Francês e Alemão entram em Paris a 21 de Maio. A resistência dos comunards é heróica, mas são esmagados: 35.000 mortos e 7.500 deportados.
Termina assim, afogado em sangue, o primeiro ensaio de um poder político dos trabalhadores: durara 74 dias. A burguesia europeia aplaude a carnificina, e Thiers, o líder da burguesia francesa, proclama: “Agora o comunismo está morto para sempre!”.
Marx e a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) saúdam a ousadia dos comunards por tentarem “Tomar o céu de assalto!”. A onda repressiva alastra a outros países. Em 1872, realiza-se ainda o importante Congresso de Haia da AIT , mas esta rapidamente será dissolvida.