O sector da Hotelaria não pára de crescer desde 2013, segundo o INE, tendo em 2017, registado 20,6 milhões de hóspedes e 57,5 milhões de dormidas, que correspondem a aumentos na ordem dos 8,9% e 7,4% respetivamente, com os proveitos totais a corresponderem a 16,6% de aumento comparativamente ao ano anterior, de 2016.
Já os trabalhadores deste sector vêem-se confrontados com um caminho inverso no que toca a direitos e a salários.
Os contratos de trabalho com vínculo precário, com especial destaque para as empresas de trabalho temporário, proliferam pelas várias categorias, desde a cozinha aos quartos, e em muitos casos já são a maioritários dentro das empresas, desrespeitando as condições de vida e trabalho.
A precaridade é sempre sinónimo de perda de direitos e de capacidade para negociar aumentos salarias… os patrões tudo têm feito para liquidar os contractos coletivos de trabalho (CCT), pretendendo eliminar arbitrariamente os direitos neles consagrados. E no que toca a salários, assiste-se inclusivamente a uma pressão sobre os mesmos, face aos trabalhadores contratados a termo certo e ainda há ganância deste patronato que recusa qualquer redistribuição pelos trabalhadores dos excelentes resultados alcançados.
Face a todas estas injustiças, os trabalhadores e o seu sindicato de classe, o Sindicato de Hotelaria do Sul, inserindo na quinzena de luta nacional do sector, estiveram concentrado à porta de hotéis emblemáticos da cidade de Lisboa, onde estes problemas bem se fazem sentir, denunciando aos clientes o lado negro deste sector, exigindo que se respeite o CCT da Hotelaria e respectivos aumentos salariais.
Foi assim no Hotel Corinthias na passado dia 21 de Março, no Hotel Marriott no dia 27 de Março e do dia 28 de Março no Hotel Roma. Estas acções de protestos irão culminar no dia 4 de Abril, com varias concentrações de protesto frente AHP/AHRESP, na ACT (Inspecção de Trabalho) e no Ministério da Economia, no Largo de Camões, no Chiado, Lisboa.